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Seca no Rio Madeira afeta moradores de Porto Velho

O governo do estado informou ter intensificado as ações de combate aos incêndios, com a mobilização de diversos órgãos estaduais e o apoio de instituições federais.

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09 de setembro de 2024
Seca no Rio Madeira afeta moradores de Porto Velho
Foto: Defesa Civil do Amazonas

A população de Porto Velho, em Rondônia, enfrenta dificuldades por causa da combinação da estiagem e as queimadas. O Rio Madeira, que banha a cidade, atingiu a cota 0,96 metros, o menor nível observado desde o início da série histórica do Serviço Geológico Brasileiro, há 60 anos.

Segundo a presidente da Associação dos Agentes de Ecoturismo e Táxis Fluviais do Rio Jamari e Adjacências do Rio Madeira, Nagila Maria Paula de Oliveira, o transporte de passageiros e cargas ficou inviável em vários trechos do rio, deixando populações isoladas sem acesso aos serviços essenciais básicos. 

“Em alguns lugares é preciso andar quilômetros por onde passa o rio, e em outros lugares, como na boca do Jamari, só chegam os bandeirinhas (transporte fluvial) menores, que carregam até cinco passageiros”, explicou.

Nagila, que vive no distrito de São Carlos do Jamari, disse que por lá os poços artesianos estão contingenciados por causa do baixo volume de água, e em localidades onde não existe essa estrutura foi necessária a distribuição de água mineral pela gestão municipal. 

De acordo com a Defesa Civil, durante o período de agosto a outubro, está prevista a entrega de 120 mil litros de água mineral nas comunidades Silveira, São Miguel, Mutuns, Pau D’Arco, Cujubim, Bom Jardim e Marmelo por meio terrestre, e as embarcações atenderão as comunidades de Curicacas, Pombal, São José, Ilha Nova e Conceição do Galera.

A região também permanece encoberta pela fumaça dos incêndios que atingem todo o estado. De acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nas últimas semanas o estado registrou 56 focos de incêndio, que podem representar centenas de frentes de fogo. Porto Velho aparece como o 23º município com mais áreas atingidas pelo fogo entre domingo (8) e esta segunda-feira (9). “Tem muita gente passando mal e a fumaça é tanta que mal a gente consegue ver o rio”, disse Nagila. 

Na sexta-feira (6), a Secretaria Municipal de Saúde divulgou orientações à população de como minimizar os impactos das queimadas e do clima seco, com medidas simples como a de manter a hidratação, realizar inalação com soro fisiológico, umidificar o ambiente, proteger os olhos, além de não fazer uso do fogo para queimar o lixo.

O governo do estado informou ter intensificado as ações de combate aos incêndios, com a mobilização de diversos órgãos estaduais e o apoio de instituições federais. 

A partir desta semana, o Estado do Paraná deve enfrentar nova onda de calor, sobretudo na região dos Campos Gerais, no centro-sul do Estado e na capital, Curitiba, alertou o meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), em vídeo postado na conta do Instagram da instituição.

Segundo ele, no fim de semana houve gradativa elevação das temperaturas, “voltando a fazer bastante calor em grande parte das regiões paranaenses”, disse. “Só o litoral e a Serra do Mar seguem com temperatura amena.”

Jacóbsen advertiu também que, nesta semana que se inicia, além das altas temperaturas, a onda de calor virá acompanhada de baixa umidade do ar, “abaixo dos 30% no período de maior aquecimento”. “Outra ressalva é que a qualidade do ar volta a ficar ruim, pelo ingresso de material particulado das queimadas no Centro-Oeste e Norte do Brasil.” A média da umidade relativa do ar mínima para a semana pode ser inferior a 20% nas regiões norte e noroeste e menor do que 30% nas regiões central e sudoeste do Paraná, conforme a Simepar. Somente o litoral deve registrar umidade relativa mínima superior a 60% no período.

Na quarta-feira passada (4), o governo do Paraná já havia decretado situação de emergência em todo o Estado por causa da estiagem que atinge vários municípios desde o mês passado. “Somente em agosto, o Paraná registrou cerca de 20 mil focos de calor, aproximadamente seis vezes mais do que foi registrado em julho”, diz em nota o governo paranaense. Ainda conforme a nota, a situação deve persistir pelo menos até metade de setembro.