Economia
Distribuição

Lula defende política de valorização do salário mínimo

O presidente Lula também rebateu a preocupação do mercado financeiro em relação ao aumento dos gastos do governo.

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06 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
Lula defende política de valorização do salário mínimo
Presidente Lula participa da abertura da Bienal do Livro de São Paulo Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a defender a manutenção da política de valorização do salário mínimo, durante entrevista à rádio Difusora Goiânia, na sexta-feira, 6. “O salário mínimo já teve dois aumentos acima da inflação. E vai ser assim daqui para frente”, declarou.

E continuou: “Porque, veja, não adianta falar: o Lula não pode aumentar o salário mínimo porque vai pagar para os aposentados. Ora, o salário mínimo é o mínimo do mínimo.”

Lula também rebateu a preocupação do mercado financeiro em relação ao aumento dos gastos do governo.

“Como é que eu vou deixar de dar aumento para o salário mínimo? Aí o tal do mercado financeiro de vez em quando fala: não, mas aí vai aumentar o gasto do governo. E eu digo sempre: salário não é gasto”, afirmou.

O presidente da República prometeu encaminhar ao Congresso em 2026 uma proposta de isenção do Imposto de Renda para quem tiver renda mensal de até R$ 5 mil.

“Vou cumprir essa promessa. Em 2026, na hora que for mandado o Orçamento para o Congresso Nacional, estará lá a rubrica de que quem ganha até 5 mil reais não pagará Imposto de Renda. Esse é um compromisso que tenho ao longo da história”, afirmou o presidente.

Lula prosseguiu: “Nós precisamos, aos poucos, fazer uma inversão. Hoje, proporcionalmente, a pessoa que ganha R$ 3 mil, R$ 4 mil, paga proporcionalmente mais imposto do que o rico.”

O presidente disse ainda que, “no Brasil, tem muita gente vivendo de dividendos” e que “essa gente não paga imposto”.

Lula reconheceu como “desagradável” a perda de benefícios sociais devido à operação “Pente Fino” do governo nas despesas, mas defendeu a retirada de beneficiários dos programas sociais quando eles superam a linha de corte relacionada à renda.

Ele foi questionado sobre pessoas que perderam benefícios sociais devido ao “pente fino” do governo nos gastos públicos. “Primeiro, quem faz a inscrição para participar do Bolsa Família não é o governo federal. O governo federal paga. Quem faz a inscrição das pessoas são as prefeituras”, declarou o presidente.

E continuou: “Segundo: o que a gente tem que fazer de tempos em tempos? Tem que fazer, nós chamamos de operação Pente Fino, para a gente saber se as pessoas que perderam o direito ao benefício estão recebendo.”

Lula afirmou, em seguida, que “o ideal” é “tirar” quem recebe uma renda acima da linha de corte do benefício.

“Você tem que tirar quem tá mais, para colocar quem tá menos”, disse o presidente. “Eu sei que é sempre desagradável alguém ser cortado. Mas se a pessoa já atingiu uma renda que não precisa mais do Bolsa Família, nós temos que tentar substituí-lo por uma pessoa que precisa e que ainda não entrou.”

O presidente afirmou que “o dinheiro tem que circular e passar pela mão do povo” e defendeu a ampliação do consumo pela população.

“As pessoas gostam de discutir macroeconomia, mas o que faz esse País crescer é a chamada microeconomia”, declarou Lula. “Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de riquezas para os poucos e miséria para os muitos.”

E continuou: “Agora veja o contrário. Pouco dinheiro na mão de muitos, significa exatamente o contrário. Significa distribuição de renda, significa aumento do consumo, significa geração de emprego.”
Na ocasião, Lula mencionou uma hipótese de dar “R$ 100 para cada pessoa para ver o que vai acontecer”.

“Cada pessoa que pegar os R$ 100 vai no supermercado, vai numa padaria, vai comprar alguma coisa para dentro de casa. O dinheiro começa a circular, e 34% volta para o próprio Estado”, disse o presidente da República.

E prosseguiu: “Então, é preciso a gente ser simplista quando se trata de economia. O dinheiro tem que circular. O dinheiro tem que passar pela mão do povo. Quando o povo tem possibilidade de consumir, a economia dá certo. E é isso o que está acontecendo no Brasil.”

O presidente voltou a enaltecer o desempenho da economia brasileira. Ao destacar o trabalho feito pela gestão federal na área econômica, ele disse estar muito feliz porque a inflação está controlada e a economia crescendo.

“Estou muito feliz porque já aumentei o salário mínimo acima da inflação duas vezes, e ele passou sete anos sem reajuste. Estou muito feliz porque reajustei a merenda escolar em 39%. Fazia sete anos que ela não recebia aumento”, disse Lula durante inauguração do 1º trecho do BRT Norte-Sul de Goiânia nesta sexta-feira, 6.

E complementou: “Estou muito feliz porque o desemprego é o menor dos últimos 10 anos. Estou muito feliz porque a inflação está controlada. Estou muito feliz porque a economia está crescendo.”