A Polícia Federal fez buscas na manhã de quarta-feira, 21, na casa e no gabinete do governador do Tocantins Wanderlei Barbosa (Republicanos) no bojo da Operação Fames-19, que investiga o desvio de recursos da pandemia para a distribuição de cestas básicas. Ao todo, os investigadores cumpriram 42 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.
A família do governador também é alvo da operação, a primeira-dama Karynne Sotero Campos e os filhos de Wanderlei: o deputado Leo Barbosa (Republicanos) e Rérison Antonio Castro Leite, diretor superintendente do Sebrae.
Em nota, Wanderlei diz que, à época dos fatos sob investigação, era vice-governador e “não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia”. “Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada”, afirmou.
Entre os alvos da ofensiva também constam os nomes de José Messias Alves de Araújo, ex-secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social; Senivan Almeida de Arruda, ex-controlador-geral do Estado; Liel Bezerra Bekman Cardoso, mulher do deputado estadual Cleiton Cardoso de Almeida (Republicanos) e mãe do vereador Pedro Cardoso (Republicanos); Joseph Ribamar Madeira, presidente da Associação Comercial de Palmas.
A PF vê fortes indícios de um esquema montado entre 2020 e 2021 “utilizando o estado de emergência em saúde pública e assistência social”. A investigação mira a contratação de “empresas previamente selecionadas” que não entregavam todas as cestas básicas contratadas pelo Estado, mas ficavam com a íntegra do pagamento.
O nome da operação, segundo a corporação, faz referência à insegurança alimentar gerada pela pandemia. “As ações públicas se destinavam a combatê-la, porém se tornaram um meio de desvio de recursos públicos”, diz a PF. Fames significa fome em latim e 19 faz referência à pandemia.
O Governador Wanderlei Barbosa informou que recebeu com surpresa, porém com tranquilidade, a operação ocorrida pela manhã, sobretudo porque na época dos fatos era vice-governador e não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia.
“Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada.”
Ele ressaltou ainda que deseja a apuração célere e imparcial dos fatos, pois está confiante na sua inocência e na Justiça, estando sempre a disposição para colaborar com as investigações.