Mundo
Negociação

Hamas assume responsabilidade por ataque em Tel Aviv

Segundo a mídia israelense, a bomba parece ter disparado antes do previsto e policiais afirmam que o alvo era uma sinagoga próxima.

Compartilhe:
19 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Hamas assume responsabilidade por ataque em Tel Aviv
O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken

O Hamas assumiu responsabilidade na segunda-feira (19) pela explosão de uma bomba na capital de Israel, Tel Aviv, no domingo, 18, que matou o suposto agressor e feriu uma pessoa presente no local. Segundo a mídia israelense, a bomba parece ter disparado antes do previsto e policiais afirmam que o alvo era uma sinagoga próxima.

Em comunicado divulgado na segunda, a ala militante do Hamas disse que era responsável pela explosão, em conjunto com a ala militante da Jihad Islâmica Palestina, e ameaçou continuar atacando “enquanto os massacres da ocupação, o deslocamento de civis e a continuação da política de assassinatos continuarem”.

No domingo, um ataque de Israel na Faixa de Gaza deixou 29 mortos, segundo autoridades de saúde locais. A guerra já matou mais de 40 mil palestinos e deslocou a grande maioria dos 2,3 milhões de moradores do território, levando a disseminação da fome e de doenças como a poliomielite.

Os ataques ocorrem em meio a negociações para tentar alcançar um cessar-fogo na região e evitar uma escalada das tensões no Oriente Médio. Apesar da crescente pressão internacional para o término do conflito, Israel e Hamas ainda expressam insatisfação com os termos do acordo.

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken desembarcou no domingo em Tel Aviv para tentar acelerar as negociações e se reuniu nesta segunda com o presidente israelense Isaac Herzog. Na abertura do encontro, Blinken disse que esta é “talvez a última” oportunidade de alcançar um cessar-fogo em Gaza. “Este é um momento decisivo, provavelmente a melhor, talvez a última, oportunidade de levar os reféns para casa, obter um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras”, afirmou.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na segunda-feira, 19, que agora é a hora de concluir um acordo de cessar-fogo em Gaza, que devolveria os reféns mantidos pelo Hamas e traria alívio ao sofrimento palestino após mais de 10 meses de combates na região. A nona missão urgente de Blinken ao Oriente Médio desde o início do conflito ocorreu dias após mediadores, incluindo os Estados Unidos, expressarem otimismo renovado de que um acordo estava próximo.

Mas o Hamas expressou profunda insatisfação com a última proposta, e Israel disse que havia pontos nos quais não estava disposto a se comprometer.

A viagem, dias antes de novas negociações esperadas para esta semana no Egito, ocorreu em meio a temores de que o conflito pudesse se ampliar para uma guerra regional mais profunda após o assassinato de dois dos principais militantes no Líbano e no Irã, que foram atribuídos a Israel.

“Este é um momento decisivo, provavelmente a melhor, talvez a última, oportunidade de levar os reféns para casa, obter um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras”, disse Blinken, ao abrir as negociações com o presidente israelense Isaac Herzog, em Tel-Aviv. “Também é hora de garantir que ninguém tome medidas que possam atrapalhar esse processo”, disse ele em uma referência velada ao Irã.

E afirmou: “E então estamos trabalhando para garantir que não haja escalada, que não haja provocações, que não haja ações que de alguma forma nos afastem de fechar esse acordo ou, nesse caso, escalando o conflito para outros lugares e com maior intensidade.”

Os mediadores se encontrarão novamente esta semana no Cairo para tentar consolidar um cessar-fogo.
Blinken viajará para o Egito na terça-feira para reuniões na cidade mediterrânea de el-Alamein depois de encerrar sua parada em Israel.

Ele também se encontrou pessoalmente com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com o ministro da Defesa Yoav Gallant.