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G7 exorta autoridades eleitorais da Venezuela a divulgarem resultados detalhados das eleições

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país proclamou o ditador Nicolás Maduro vencedor do pleito, mas não publicou as atas das urnas.

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01 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
G7 exorta autoridades eleitorais da Venezuela a divulgarem resultados detalhados das eleições
Em comunicado conjunto, o grupo também pede que as informações sejam compartilhadas com a oposição e com observadores independentes.

Os ministros das Relações Exteriores do G7 exortaram as autoridades eleitorais da Venezuela a divulgarem com “total transparência” os resultados detalhados das eleições presidências do último domingo, 28. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país proclamou o ditador Nicolás Maduro vencedor do pleito, mas não publicou as atas das urnas.

Em comunicado conjunto, o grupo também pede que as informações sejam compartilhadas com a oposição e com observadores independentes. “À medida que o processo se desenrola, apelamos à máxima contenção no país e a uma solução pacífica, democrática e liderada pela Venezuela”, afirma a nota.

Os ministros lembram que relatórios de órgãos autônomos expressaram “sérias preocupações” com os números divulgados pelo CNE e também denunciaram “irregularidades” e “falta de transparência” na tabulação final dos votos. “É de suma importância que o resultado reflita a vontade do povo venezuelano”, dizem. O G7 é composto por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

A pressão continua aumentando contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Na quarta, 31, seu aliado próximo, o presidente colombiano Gustavo Petro, se juntou a outros líderes estrangeiros para instá-lo a divulgar contagens detalhadas de votos da recente eleição presidencial depois que as autoridades eleitorais o declararam vencedor.

Os comentários de Petro ocorrem enquanto o Conselho Eleitoral Nacional, que é leal ao Partido Socialista Unido da Venezuela, ainda não divulgou nenhum resultado impresso dos centros de votação, como fez em eleições anteriores. Um dia antes, outro aliado de Maduro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, junto com o presidente dos EUA Joe Biden, pediram a “divulgação imediata de dados de votação completos, transparentes e detalhados no nível das seções eleitorais”.

As repreensões seguem o anúncio na segunda-feira, 29, do principal desafiante de Maduro, Edmundo González, e da líder da oposição Maria Corina Machado, de que eles garantiram mais de dois terços das folhas de contagem que cada máquina de votação eletrônica imprimiu após o fechamento das urnas no domingo. Eles disseram que a divulgação dos dados dessas contagens provaria que Maduro perdeu a eleição.

“As sérias dúvidas que surgiram em torno do processo eleitoral venezuelano podem levar seu povo a uma polarização violenta profunda com sérias consequências de divisão permanente”, disse Petro na quarta-feira em uma postagem no X, antigo Twitter.

“Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo uma contagem transparente de votos, com a contagem de votos e com a supervisão de todas as forças políticas de seu país e supervisão internacional profissional”, acrescentou.