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Prisma fiscal mostra piora na projeção de resultado primário

A estimativa piorou em relação ao documento anterior, de junho, que projetava um rombo de R$ 79,715 bilhões.

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13 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Prisma fiscal mostra piora na projeção de resultado primário
Os analistas de mercado ouvidos mensalmente pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projetam que o governo entregará um resultado primário com déficit de R$ 81,424 bilhões em 2024.

Os analistas de mercado ouvidos mensalmente pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projetam que o governo entregará um resultado primário com déficit de R$ 81,424 bilhões em 2024. A estimativa piorou em relação ao documento anterior, de junho, que projetava um rombo de R$ 79,715 bilhões. Os dados constam do boletim Prisma Fiscal de junho, divulgado nesta sexta-feira, 12.

O governo pretende zerar o déficit neste ano com o novo arcabouço fiscal, aprovado no ano passado. Embora a Lei Orçamentária Anual de 2024 previsse um pequeno superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano, dentro do resultado neutro almejado, o relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em maio revisou o resultado primário para um déficit de R$ 14,5 bilhões (o equivalente a 0,1% do PIB).

Para 2025, a projeção também piorou. A expectativa do mercado é de déficit de 95,341 R$ bilhões – no mês anterior, a projeção era de rombo de R$ 90,134 bilhões. O governo alterou a meta fiscal para 2025 quando enviou o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO) ao Congresso: de um superávit equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, agora o alvo é repetir o resultado neutro, de 0% do PIB.

Um dos objetivos da nova regra fiscal é perseguir superávits primários, partindo de um resultado neutro em 2024. A proposta substituiu o teto de gastos, com regras mais flexíveis para as despesas do governo. Os gastos só poderão crescer em até 70% do aumento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação.

O Prisma deste mês revisou de novo para cima as previsões do mercado para as receitas federais em 2024, com a estimativa passando de R$ 2,603 trilhões para R$ 2,613 trilhões. Para 2025, a projeção para a arrecadação também avançou, passando de R$ 2,734 trilhões para R$ 2,744 trilhões.

A estimativa para a receita líquida do Governo Central neste ano passou de R$ 2,127 trilhões para R$ 2,132 trilhões, enquanto para o próximo ano variou para cima também, de R$ 2,229 trilhões para R$ 2,235 trilhões.

Pelo lado do gasto, a projeção de despesas totais do Governo Central este ano cresceu, passando de R$ 2,207 trilhões para R$ 2,209 trilhões. Para 2025, a estimativa também avançou, de R$ 2,321 trilhões para R$ 2,333 trilhões.

A mediana das projeções dos analistas do Prisma para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) registrou piora para este e o próximo ano. Para 2024, passou de 77,33% do PIB no mês anterior para 77,46% do PIB no relatório divulgado nesta sexta. Para 2025, a estimativa passou de 80,15% para 80,10% , na mesma comparação. Segundo a previsão que consta do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, o governo espera que a DBGG chegue a 77,9% do PIB no próximo ano. A expectativa é de que a dívida bruta alcance 79,1% do PIB em 2026 e 79,7% do PIB em 2027.