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Bolsas da Europa fecham em queda com cena política

Em Paris, o índice CAC 40 recuou 1,81%, aos 7.489,38 pontos. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 cedeu 0,66% e fechou em 8 139,81 pontos.

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10 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda com cena política
Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,53%, aos 33.864,47 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 cedeu 0,08%, aos 6.650,59 pontos.

As bolsas europeias fecharam em queda na terça-feira, 9, diante das apreensões sobre o quadro político na França. A queda dos mercados europeus contrastou com o desempenho misto em Wall Street, enquanto os investidores absorveram os comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em testemunho ao Congresso americano.

Em Paris, o índice CAC 40 recuou 1,81%, aos 7.489,38 pontos. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 cedeu 0,66% e fechou em 8 139,81 pontos. Em Frankfurt, o DAX perdeu 1,31%, aos 18.230,32 pontos.

O escritório da promotoria de Paris informou que lançou uma investigação preliminar sobre alegações de financiamento ilegal da candidatura à presidência em 2022 de Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional. Na ocasião, ela foi derrotada por Emmanuel Macron.

O resultado das eleições francesas reduz as probabilidades de promessas de gastos não financiados em grande escala serem promulgadas, mas ainda existe o risco de o déficit orçamentário da França piorar, provavelmente pesando sobre os títulos franceses (OATs), disse a Pictet Wealth Management.

“Esperamos, portanto, que os OAT continuem a pagar um prêmio de risco mais elevado do que antes das eleições, com o spread do OAT francês de 10 anos sobre os Bunds provavelmente oscilando entre 60 pontos-base e 80 pontos-base nos próximos meses.” Prêmios de risco mais altos pesam em ativos percebidos como de maior risco, como a renda variável.

Já Powell disse, nos EUA, que não enviará sinais sobre quando acontecerão os ajustes nos juros americanos, durante seu primeiro testemunho ao Congresso americano.

O sinal negativo também predominou nas demais bolsas da Europa. Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,53%, aos 33.864,47 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 cedeu 0,08%, aos 6.650,59 pontos. Em Madri, o Ibex 35 caiu 1,22%, aos 10.887,20 pontos. As cotações são preliminares.

As bolsas asiáticas fecharam em alta na terça-feira, 9, com máxima histórica em Tóquio, um dia após alguns dos principais índices acionários de Nova York avançarem a novos recordes e à espera de comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell.

O japonês Nikkei subiu 1,96% em Tóquio, ao patamar inédito de 41 580,17 pontos, à medida que a fraqueza do iene melhorou a perspectiva de lucros, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,34% em Seul, a 2.867,38 pontos, o Taiex registrou alta marginal de 0,09% em Taiwan, a 23.900,08 pontos, e o Hang Seng ficou estável em Hong Kong, em 17.523,23 pontos.

Na China continental, os mercados foram impulsionados por ações de montadoras e semicondutores. O Xangai Composto teve avanço de 1,26%, a 2.959,37 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 1,74%, a 1.588,07 pontos.

Wall Street teve desempenho misto na segunda, mas tanto o índice S&P 500 quanto o Nasdaq renovaram máximas históricas, ainda que com ganhos modestos.

Nas próximas horas, investidores na Ásia e em outras partes do mundo irão acompanhar o primeiro dia de depoimento de Powell no Congresso americano, em busca de sinais da trajetória futura dos juros básicos dos EUA. Nas últimas semanas, dados americanos que mostraram desaceleração no mercado de trabalho e da inflação reforçaram expectativas de que o Fed começará a cortar juros neste semestre, possivelmente a partir de setembro.

Já no fim da noite de terça, a China divulga seus últimos números de inflação. Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, com ganhos liderados por ações do setor financeiro. O S&P/ASX 200 avançou 0,86% em Sydney, a 7.829,70 pontos.