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Vendas de novas moradias na China sofrem queda anual de 30,5%

As construções iniciadas – considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais – registraram declínio anual de 24,2% nos primeiros cinco meses do ano

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17 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Vendas de novas moradias na China sofrem queda anual de 30,5%
As construções iniciadas - considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais - registraram declínio anual de 24,2% nos primeiros cinco meses do ano

As vendas de novas moradias na China em valor sofreram tombo de 30,5% entre janeiro e maio de 2024 ante igual período do ano passado, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). O resultado, porém, indica uma leve melhora no mercado imobiliário chinês em relação à queda de 31,1% nas vendas observada entre janeiro e abril.

As construções iniciadas – considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais – registraram declínio anual de 24,2% nos primeiros cinco meses do ano, ante recuo de 24,6% de janeiro a abril.

Os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários, por sua vez, tiveram contração anual de 10,1% entre janeiro e maio, maior do que a redução de 9,8% verificada no primeiro quadrimestre.

O preço médio de novas moradias nas 70 maiores cidades da China teve baixa de 0,71% em maio ante abril, segundo cálculos do The Wall Street Journal baseados em dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas. Em abril ante março, o preço havia caído em ritmo menor, de 0,58%. Na comparação anual, o preço médio de novas moradias chinesas diminuiu 4,3% em maio, após uma retração mais contida de 3,51% em abril.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve a taxa da linha de empréstimo de médio prazo – conhecida como MLF – de um ano inalterada em 2,5% ao ano, ao fazer uma injeção de liquidez de 182 bilhões de yuans (US$ 25,09 bilhões).

O PBoC também injetou 4 bilhões de yuans (US$ 551,4 milhões) em liquidez por meio de acordos de recompra inversa de sete dias, com a taxa de juros inalterada em 1,8% ao ano. A manutenção das taxas sinaliza que os juros de referência da China não devem sofrer alterações neste mês.

O ANZ avalia que o PBoC “não está com pressa” para cortar os juros visto que a recuperação do crescimento liderada pelas exportações “permanece intacta”. Dessa forma, o banco australiano prevê um corte de 10 pontos-base nas taxas apenas no terceiro trimestre – e apenas se os índices de gerente de compras (PMI) do país permanecerem abaixo de 50, que separa contração de expansão das atividades.

A instituição projeta ainda que a demanda externa provavelmente irá enfraquecer no segundo semestre, “uma vez que as narrativas globais de desaceleração do crescimento e desinflação continuam em jogo”.

A economia da China continuará se recuperando apesar dos desafios atuais, em especial no que diz respeito à geração de empregos, afirmou a porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês), Liu Aihua.

Liu explicou que a China ainda enfrenta desafios em termos de emprego, visto que o país precisa gerar um grande volume de novas vagas e superar questões estruturais no mercado de trabalho.

“Mais adiante, impulsionados pelo desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade…esperamos que novas indústrias, novos formatos de negócios e novos modelos de negócios gerem um número crescente de negócios e empregos”, disse Liu.

A produção industrial da China subiu 5,6% em maio em relação a igual período no ano passado. O resultado veio abaixo do esperado por analistas consultados pela FactSet, de avanço de 6,0%. As vendas no varejo chinês avançaram 3,7% na comparação anual de maio, levemente abaixo da projeção da FactSet, de 3,8%. Já os investimentos em ativos fixos tiveram expansão anual de 4% no acumulado de janeiro a maio, na comparação anual.