Economia
Infraestrutura

Ligga vai levar 5G para Região Norte em parceria com provedores locais

A Ligga, uma das vencedoras do último leilão do 5G, vai iniciar sua operação de internet móvel na Região Norte neste ano, por meio de um modelo de negócios inovador, com parcerias.

Compartilhe:
13 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Ligga vai levar 5G para Região Norte em parceria com provedores locais
O vice-presidente da Ligga, Rafael Marquez.

A Ligga, uma das vencedoras do último leilão do 5G, vai iniciar sua operação de internet móvel na Região Norte neste ano, por meio de um modelo de negócios inovador, com parcerias. A companhia vai “emprestar” a faixa de 3,5 Ghz arrematada no leilão para os provedores locais de banda larga interessados em oferecer a internet móvel 5G aos clientes da região.

O projeto terá uma empresa atuando como intermediária, responsável pela instalação de torres e antenas, bem como pelo gerenciamento do sinal que será acessado pelos provedores. Essa habilitadora será a ISP Brasil, uma sociedade com empresários e investidores do ramo de telecom.

A ISP Brasil ficará responsável por construir a infraestrutura na região conforme os compromissos regulatórios assumidos pela Ligga ao arrematar a faixa de 3,5 Ghz no leilão de 2022. A Ligga ficará ainda com um porcentual da receita dos planos de internet móvel comercializados pelos provedores.

O modelo é considerado inovador porque, pela primeira vez, uma empresa vencedora do leilão de frequências públicas poderá entregar a um terceiro a responsabilidade pela instalação das antenas e a prestação do serviço ao consumidor final – algo que não foi permitido nos leilões anteriores da Anatel.

“Vamos aproveitar a nossa licença de uso da faixa e a infraestrutura dos provedores locais para criar novos serviços”, afirmou o vice-presidente da Ligga, Rafael Marquez. “Conseguiremos não só cumprir nossa obrigação regulatória quanto chegar a localidades onde sozinhos teríamos dificuldades de chegar. É muito difícil começar uma operação do zero. E o provedor local também não conseguiria lançar a internet móvel sozinho”.

“O edital do último leilão do 5G teve um benefício que mais nenhum trouxe: a possibilidade de cumprir obrigações via terceiros. Foi uma forma de a Anatel fomentar o ecossistema como um todo e permitir parcerias a fim de cumprir a política pública”, disse o diretor de Assuntos Institucionais e Regulatórios da Ligga, Vitor Menezes, que foi secretário executivo do Ministério das Comunicações e superintendente da própria Anatel.

A Ligga é controlada pelo fundo Bourdeux Participações, ligado ao empresário Nelson Tanure. A companhia foi formada a partir das aquisições da Copel Telecom, Sercomtel, Horizons e Nova Fibra. Em 2022, a Ligga obteve licenças para oferecer 5G no Paraná e em São Paulo, além de Estados da Região Norte, com previsão de investimentos acima da faixa de R$ 1 bilhão. Como contrapartida ao uso da faixa de 3,5 ghz, o grupo assumiu o compromisso de instalar cerca de 800 antenas em 300 cidades espalhadas pela Região Norte, entre os anos de 2026 e 2029.

“O interesse deles provedores de entrar no mercado de internet móvel é tão grande que não temos preocupação de não cumprir esse cronograma de instalação das antenas. Deve até acontecer antes do prazo final”, estimou Marquez. Depois da Região Norte, a intenção da Ligga é de replicar o modelo nos Estados de São Paulo e Paraná, onde também detém autorização para atuar.