Economia
Setor extrativo

Produção industrial caiu 0,5% em abril

A queda foi mais acentuada que a apontada pela mediana das previsões de analistas ouvidos pela reportagem, que apontava recuo de 0,2%.

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05 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Produção industrial caiu 0,5% em abril
Em relação a abril de 2023, a produção subiu 8,4%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um avanço de 1,9% a 11,5%, com mediana positiva de 8,9%

A produção industrial caiu 0,5% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, divulgou na quarta-feira, 5, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi mais acentuada que a apontada pela mediana das previsões de analistas ouvidos pela reportagem, que apontava recuo de 0,2%. O intervalo das estimativas ia desde uma queda de 1,1% a alta de 1,0%.

Em relação a abril de 2023, a produção subiu 8,4%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um avanço de 1,9% a 11,5%, com mediana positiva de 8,9%.

No acumulado do ano, que tem como base de comparação ao mesmo período do ano anterior, a indústria teve uma alta de 3,5%. Em 12 meses, a produção acumula elevação de 1,5%.

A produção da indústria de bens de capital cresceu 3,5% em abril ante março. Na comparação com abril de 2023, o indicador avançou 25,5%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). No acumulado em 12 meses, houve redução de 7,8% na produção de bens de capital.

Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 0,2% na passagem de março para abril. Na comparação com abril de 2023, houve elevação de 13,5%. No acumulado em 12 meses, a produção de bens de consumo subiu 2,5%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção cresceu 5,6% em abril ante março. Em relação a abril de 2023, houve aumento de 25,8%. Em 12 meses, a produção subiu 1,4%.

Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve elevação de 0,1% na produção em abril ante março. Na comparação com abril do ano anterior, a produção aumentou 11,5%. A taxa em 12 meses ficou positiva em 2,6%.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção encolheu 1,2% em abril ante março. Em relação a abril do ano passado, houve alta de 4,6%. No acumulado em 12 meses, os bens intermediários tiveram expansão de 2,1%. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou alta de 0,2% em abril.

A queda de 3,4% nas indústrias extrativas em abril ante março puxou o desempenho negativo da produção industrial nacional no período. Na média global, a indústria recuou 0,5% na passagem de março para abril. Porém, houve avanços em 18 dos 25 ramos pesquisados.

Além das extrativas, outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria partiram de produtos alimentícios (-0,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%).

Entre as atividades com expansão na produção, o principal impacto positivo foi de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 13,2%, após ter recuado 4,6% no mês anterior, quando interrompeu três meses consecutivos de taxas positivas, período em que acumulou um ganho de 14,6%, observou o IBGE.

Houve avanços significativos ainda em produtos diversos (25,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,0%), máquinas e equipamentos (5,1%), produtos químicos (2,2%), de manutenção, reparação e instalação máquinas e equipamentos (8,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,3%), impressão e reprodução de gravações (12,4%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (4,9%), outros equipamentos de transporte (5,3%), metalurgia (1,4%) e produtos de minerais não metálicos (2,4%).

O avanço de 8,4% na indústria brasileira em abril de 2024 ante abril de 2023 foi decorrente da expansão na produção de 22 das 25 atividades pesquisadas. Houve influência do efeito calendário: o mês de abril de 2024 teve 22 dias úteis, quatro dias úteis a mais do que abril de 2023, que teve 18 dias úteis.

As principais contribuições positivas partiram de produtos alimentícios (14,4%), veículos automotores (31,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (31,3%) e máquinas e equipamentos (15,8%).

Houve avanços expressivos ainda em produtos de metal (14,1%), produtos químicos (5,7%), outros equipamentos de transporte (30,7%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,4%), de produtos de borracha e de material plástico (8,0%), de produtos de minerais não metálicos (9,9%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (15,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (10,5%), de móveis (17,6%), de bebidas (6,6%), de celulose, papel e produtos de papel (5,0%) e de produtos têxteis (12,7%).

Na direção oposta, os destaques negativos foram as indústrias extrativas (-1,6%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,1%). O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 35,7% em março para 70,3% em abril.