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PIB registrou aumento de 0,8% no primeiro trimestre

Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB apresentou alta de 2,5% no primeiro trimestre de 2024, também acima da mediana de 2,3% das estimativas

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04 de junho de 2024
Vinicius Palermo
PIB registrou aumento de 0,8% no primeiro trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 11,3% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, informou na manhã de terça-feira, 4, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB apresentou alta de 2,5% no primeiro trimestre de 2024, também acima da mediana de 2,3% das estimativas, que variavam de uma elevação de 1,1% a 2,9%. Ainda de acordo com o instituto, o PIB do primeiro trimestre de 2024 totalizou R$ 2,7 trilhões.

O consumo das famílias subiu 1,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o consumo das famílias mostrou alta de 4,4%. O consumo do governo, por sua vez, ficou estável (0,0) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o consumo do governo mostrou alta de 2,6%, de acordo com o IBGE.

O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 11,3% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB da agropecuária mostrou queda de 3%.
O PIB de serviços subiu 1,4% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB de serviços mostrou alta de 3%.
Já o PIB da indústria caiu 0,1% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB da indústria mostrou alta de 2,8%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4,1% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a FBCF mostrou alta de 2,7%. Segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) do primeiro trimestre de 2024 ficou em 16,9%.

O IBGE revisou o Produto Interno Bruto (PIB) do 4º trimestre de 2023 ante o 3º trimestre de 2023, que passou de 0,0% (estabilidade) para queda de 0,1%. O órgão também revisou a taxa do PIB do 3º trimestre de 2023 ante o 2º trimestre daquele ano, que também passou de estabilidade (0,0) para alta de 0,1%.
O mesmo aconteceu com o valor antes divulgado para o PIB do 2º trimestre de 2023 ante o 1º trimestre do ano passado, que foi alterado de alta de 0,8% para alta de 0,9%.
Por fim, o IBGE também alterou o PIB do 1º trimestre de 2023 ante o 4º trimestre de 2022, com revisão do então crescimento de 1,3% para alta de 1,2%.
A taxa de poupança ficou em 16,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024. Já a taxa de investimento ficou em 16,9% no primeiro trimestre de 2024, ainda de acordo com o instituto. 

As exportações cresceram 0,2% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, as exportações mostraram alta de 6,5%.

As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 6,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, as importações mostraram alta de 10,2%.

A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial.

No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.

O avanço de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023 fez a atividade econômica subir a patamar recorde dentro da série histórica iniciada em 1996 pelo IBGE.

Pelo lado da demanda, o desempenho foi impulsionado pelo consumo das famílias, que também alcançou novo ápice no primeiro trimestre de 2024.  O consumo do governo, apesar da estabilidade ante o trimestre anterior, também operava no maior nível da série.

Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos do PIB) está 15,1% abaixo do pico alcançado no segundo trimestre de 2013. Sob a ótica da oferta, o PIB de serviços subiu a novo ápice no primeiro trimestre deste ano.

Já o PIB da Indústria está 7,2% abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013, prejudicado pela indústria de transformação, que opera em patamar 17,8% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008.

A expansão da renda dos brasileiros teve papel relevante para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) apurado no primeiro trimestre deste ano.

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o período de janeiro a março foi marcado pela resiliência do consumo e também dos serviços, que impactaram a renda. Além disso, o pagamento, pelo governo federal, de precatórios, contribuiu para ter mais dinheiro circulando na economia. Esses pagamentos de precatórios corresponderam à injeção na economia de R$ 131 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, relativos aos meses de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024.

O Departamento Econômico da Fiesp apontou que o dinamismo da economia no primeiro trimestre refletiu a continuidade do mercado de trabalho aquecido. Dados do Caged mostram que foram criadas mais de 730 mil novas vagas de emprego formal no primeiro trimestre, bem acima, portanto, das 520,3 mil vagas criadas em igual período de 2023. 

A Fiesp destacou que o aumento real do salário mínimo e o seu impacto direto nos benefícios sociais, inclusive os previdenciários, contribuíram para a massa salarial crescer 10,4% em termos reais no primeiro trimestre deste ano, quando comparada ao mesmo período do ano passado.  

A retomada da produção de bens de capital na chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que antecipa e confirma a projeção de crescimento da economia retratada pelo PIB, avançou 4,1% dos investimentos realizados no período. Além desse indicador positivo, segundo a Fiesp, a indústria de transformação voltou a crescer no primeiro trimestre em 0,7%. No entanto, a entidade observou que a retomada da indústria não foi melhor por causa da menor intensidade da redução dos juros pelo Banco Central. 

“O impacto negativo dos juros em níveis restritivos não ocorre de forma uniforme entre os setores da indústria. Juros estacionados em níveis restritivos podem dificultar a trajetória da recuperação dos setores mais sensíveis aos juros, os quais foram os mais afetados pelo último ciclo de aperto monetário”, analisa a Fiesp