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Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias chega ao Brasil

A Petrobras informou na segunda-feira, 27, que o navio-plataforma Marechal Duque de Caxias chegou na segunda-feira ao Brasil, vindo da China e rumo ao campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.

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27 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias chega ao Brasil
Segundo a estatal, o FPSO saiu do estaleiro em Yantai, na China, em fevereiro deste ano

A Petrobras informou na segunda-feira, 27, que o navio-plataforma Marechal Duque de Caxias chegou na segunda-feira ao Brasil, vindo da China e rumo ao campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, da sigla em inglês) tem capacidade para produzir até 180 mil barris de óleo e comprimir até 12 milhões de metros cúbicos de gás, tudo isso diariamente. A unidade entrará em operação no segundo semestre deste ano.

Segundo a estatal, o FPSO saiu do estaleiro em Yantai, na China, em fevereiro deste ano e, em seguida, fez uma parada nas Ilhas Maurício, na África, para troca de tripulação e movimentação de carga. No Brasil, a unidade será instalada no campo de Mero, onde será conectada aos poços e equipamentos submarinos. Antes de iniciar a produção, o FPSO passará pelos procedimentos legais e testes finais dos equipamentos de produção.

Conforme a empresa, o FPSO Marechal Duque de Caxias, afretado junto à MISC, aumentará a capacidade instalada de produção do campo para 590 mil barris diários de petróleo.

Esse sistema de produção prevê a interligação de 15 poços à unidade, 8 produtores de óleo e 7 injetores de água e gás, por meio de uma infraestrutura submarina composta por 80 km de dutos rígidos de produção e injeção, 47 km dutos flexíveis de serviços e 44 Km de umbilicais de controle.

“O FPSO faz parte do 3º sistema de produção definitivo de Mero, no qual a Petrobras pretende implementar, a partir de 2028, a tecnologia HISEP, que fará a separação do óleo e do gás no fundo do oceano, de onde fará a reinjeção do gás rico em CO2, de forma pioneira”, diz. A empresa acrescenta que o FPSO Marechal Duque de Caxias possui outras tecnologias para diminuição de emissões como, por exemplo, a CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage), onde o gás rico em CO2 é reinjetado no reservatório.

A Petrobras é operadora do campo unitizado de Mero, conduzido em consórcio. A Petrobras detém 38,6%, Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%), como representante da União na área não contratada.

A Petrobras assinou também contratos de aquisição dos navios-plataforma P-84 e P-85, com a Seatrium O&G Americas Limited. As duas unidades serão próprias e instaladas, respectivamente, nos campos de Atapu e Sépia, em águas ultraprofundas, no pré-sal da Bacia de Santos, com início de produção previsto entre 2029 e 2030.

 As duas novas plataformas são do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) e serão instaladas em profundidade de água superior a 2 mil metros. As plataformas P-84 (Atapu) e P-85 (Sépia) terão, cada uma, capacidade de produção diária de 225 mil barris de óleo por dia e processamento de 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia. As construções de P-84 e P-85 serão realizadas em estaleiros do Brasil, China e Singapura, e atingirão os percentuais de conteúdo local de 20% na P-84 e 25% na P-85.

 Atualmente, os campos de Atapu e Sépia contam com a produção de duas plataformas, sendo a P-70 no Campo de Atapu e o FPSO Carioca no campo de Sépia. P-84 e P-85 serão as segundas unidades em seus respectivos campos.

Os projetos da P-84 e P-85 têm a previsão de redução de 30% na intensidade de emissões de gases de efeito estufa por barril de óleo equivalente produzido, colocando-os entre os FPSOs mais eficientes a entrar em operação no Brasil.

A redução se deve aos benefícios da configuração All Electric, de otimizações na planta de processamento para o aumento da eficiência energética e da incorporação de diversas tecnologias, tais como: zero ventilação de rotina (recuperação de gases ventilados dos tanques de carga e da planta de processamento), captação profunda de água do mar, uso de variadores de velocidade em bombas e compressores, cogeração (Waste Heat Recovery Unit), zero queima de rotina (recuperação de gases da tocha – flare fechado), válvulas com requisitos para baixas emissões fugitivas e a captura, uso e armazenamento geológico do CO2 do gás produzido.

A Petrobras detém na jazida compartilhada de Atapu 65,7% de participação, em parceria com Shell (16,7%), TotalEnergies (15%), Petrogal Brasil (1,7%) e União, representada pela PPSA (0,9%). Para a jazida compartilhada de Sépia, a Petrobras possui 55,3% de participação em parceria com TotalEnergies (16,9%), PETRONAS (12,7%), QatarEnergy (12,7%), Petrogal Brasil (2,4%). Nas duas jazidas, a Petrobras é a operadora e a PPSA atua como gestora do contrato de partilha.