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Governo testa novo sistema de alerta de emergências climáticas para celulares

Chamado “Cell Broadcast”, o sistema de segurança vai entrar em vigor no segundo semestre deste ano, ainda sem data marcada, diz o ministério.

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20 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Governo testa novo sistema de alerta de emergências climáticas para celulares
Trabalho de resgate em área alagada no Rio Grande do Sul

O governo federal prepara o lançamento de um sistema de disparo de alertas de emergência sobre chuvas e deslizamentos de encostas a todos os celulares de uma mesma região. O anúncio foi feito pelo diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), Armin Augusto Braun, no Rio de Janeiro, durante evento do G-20 na última quarta-feira, 16, e confirmado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) na segunda-feira, 20.

Chamado “Cell Broadcast”, o sistema de segurança vai entrar em vigor no segundo semestre deste ano, ainda sem data marcada, diz o ministério. Atualmente, o projeto está em testes de ajustes e finalização, incluindo as cidades por onde o piloto vai ser implementado.

O sistema é utilizado por outros países para informar sobre emergências climáticas, como terremotos. Nele, mensagens na tela de um celular aparecem como um pop up, que se sobrepõe a qualquer tipo de conteúdo na tela. Todos os dispositivos de uma mesma região recebem o alerta, emitindo o som de uma sirene.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que testa a tecnologia desde outubro de 2022, os órgãos competentes podem optar por diferentes modos de alerta, incluindo um mais intrusivo, que dispara notificações com sinais sonoros e vibrações nos smartphones e exige que o usuário confirme a visualização do alerta para interromper a notificação.

Além de informar a população sobre os riscos, os alertas também podem indicar como proceder diante de eventos climáticos. Diferentemente do atual sistema de alertas por SMS, mantido atualmente ela Defesa Civil, o celular não precisa estar cadastrado para receber os alertas.

No evento no Rio, Braun explicou que a implementação da ferramenta leva tempo, pois exige um treinamento dos agentes municipais e estaduais da Defesa Civil, que vão operar o disparo das mensagens, e da elaboração de planos de contingência para o mecanismo.

“Existem quatro ações essenciais. Primeiro, é fundamental identificar o risco. Depois, preparar a comunidade para agir no desastre. Em seguida, organizar os dados oferecidos pelas agências federais e, por fim, fazer a informação chegar aos moradores”, detalhou Braun em nota.

Ao menos dois ônibus foram incendiados, na noite de domingo, 19, durante uma manifestação no bairro Azenha, em Porto Alegre. A capital do Rio Grande do Sul ainda tem bairros alagados pelas enchentes que atingem o Estado e já causaram 157 mortes. Os coletivos foram atacados na esquina das avenidas João Pessoa e Princesa Isabel, onde os manifestantes teriam bloqueado as ruas, segundo a Brigada Militar.

Uma viatura da brigada foi atacada a pedradas quando chegou ao local. Segundo testemunhas, os passageiros dos ônibus foram orientados a descer dos veículos pelos manifestantes. Em seguida, foram lançados coquetéis molotov e as chamas se alastraram. A ação teria sido desencadeada por moradores de um conjunto residencial localizado na região, em represália à morte de um morador.

Por volta das 21h, viaturas da Brigada isolaram a área e a tropa de choque conteve os manifestantes. O incêndio nos ônibus foi apagado pelo Corpo de Bombeiros, mas os coletivos ficaram destruídos. Não há informações sobre pessoas feridas até a publicação desta reportagem.