Economia
Juros altos

Mercado eleva previsão de inflação para 3,76% este ano

Considerando as 68 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,71% para 3,74%.

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14 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Mercado eleva previsão de inflação para 3,76% este ano
Para 2025, a expectativa foi de 3,65% para 3,75%, considerando 67 atualizações no período.

A expectativa para a inflação deste ano foi revisada no Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira, 13. A projeção de 2024 passou de 3,72% para 3,76% Um mês antes, a mediana era de 3,71%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,64% para 3,66%, ante 3,56% de um mês atrás.

Considerando as 68 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,71% para 3,74%. Para 2025, a expectativa foi de 3,65% para 3,75%, considerando 67 atualizações no período.

Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 45ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 45 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em maio projeção de 3,8% para o IPCA de 2024, depois de o indicador ter ficado em 3,5% nas reuniões anteriores, de dezembro, janeiro e março. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,3%.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana em 3,60%, de 3,53% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário. O centro da meta é 3% em 2024, 2025 e 2026.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à meta-calendário vigente hoje.

Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para maio de 2024 passou de 0,29% para 0,30%. Há um mês, a expectativa era de 0,24%. Para o IPCA de junho, a estimativa seguiu em 0,17%, de 0,18% um mês antes. Já para julho, a previsão para o indicador permaneceu em 0,15%, de 0,16% um mês antes.

O relatório de Mercado Focus elevou ainda a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 2,05% para 2,09%, ante 1,95% de um mês atrás. Considerando apenas as 27 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 passou de 2,10% para 2,02%

Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há 22 semanas. Considerando as 26 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 40ª semana consecutiva. O Boletim Focus ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 42 semanas.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuir o ritmo de corte dos juros, o mercado elevou a Selic para 9,75% este ano, ante 9,63% na última semana. Há um mês, o patamar era de 9,13%. Considerando apenas as 56 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 seguiu em 9,75% ao ano.

O Copom abandonou o forward guidance da reunião de março e cortou a Selic em 0,25 pp, para 10,50% ao ano em maio. A decisão dividida do colegiado deixou os indicados pela gestão Lula do lado que seguiria a sinalização de redução de 0,50 pp, enquanto os diretores que já estavam no BC antes deste governo optaram por diminuir o ritmo de cortes neste momento. Há grande expectativa pela ata, que será divulgada amanhã, já que não houve grandes justificativas sobre a divisão nem sinalização sobre os próximos passos.

Ao justificar a decisão, o BC disse entender que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, repetiu o Copom.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 seguiu em 9,00%, ante 8,50% há um mês. Considerando apenas as 55 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 seguiu em 9,00% ao ano.

Para 2026, a projeção passou de 8,75% para 9,00%, ante 8,50% há um mês. Para 2027, a estimativa passou de 8,50%, onde ficou por 39 semanas, para 8,63%.