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Corte de juros

Bolsas da Europa fecham em alta, com a ata do BCE

Neste cenário que se apresenta, as bolsas de Londres, Frankfurt e Paris renovaram recordes históricos de fechamento.

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11 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, com a ata do BCE
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,77%, a 520,76 pontos.

As bolsas da Europa fecharam em alta na sexta-feira, 10, com impulso das perspectivas para a postura dos bancos centrais. A ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE) foi divulgada na sexta, e mostrou dirigentes que defendiam um corte de juros já neste encontro. Neste cenário, as bolsas de Londres, Frankfurt e Paris renovaram recordes históricos de fechamento. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,77%, a 520,76 pontos.

O PIB do Reino Unido cresceu 0,6% no primeiro trimestre, o dobro do que se esperava, significando que a economia britânica superou a recessão em que havia entrado no fim do ano passado. Apenas em março, a produção industrial britânica teve leve avanço de 0,2%, ante previsão de estabilidade.

Os números do Reino Unido vieram um dia após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deixar seu juro básico inalterado em 5,25% pela sexta vez consecutiva, mas sinalizar que se prepara para começar a reduzir a taxa.

Analistas da Capital Economics preveem que o corte inicial do juro do BoE virá em junho. Mais cautelosos, os do ING apostam em agosto. Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,63%, a 8 433,76 pontos.

Alguns dirigentes do BCE avaliaram que havia condições de cortar juros na reunião de política monetária de 10 e 11 de abril, quando os juros básicos da zona do euro ficaram inalterados pela quinta vez seguida, segundo ata do encontro publicada nesta sexta-feira. Na ocasião, porém, a grande maioria dos dirigentes optou por manter os juros e houve amplo consenso de que seria “prudente” aguardar até a próxima reunião, em junho, para obter mais evidências de que a inflação está caminhando para a meta oficial, – que é de taxa de 2% – de forma sustentada e oportuna, afirma o documento.

A ata da reunião de abril do BCE confirma que a autoridade monetária vai começar a reduzir juros em junho, a menos que surjam grandes surpresas nas próximas quatro semanas, segundo avaliação do ING.
De acordo com a Bloomberg, o dirigente do BCE Frank Elderson disse na sexta-feira que a autoridade provavelmente cortará juros em junho se a perspectiva de inflação for confirmada por novas projeções trimestrais.

Da temporada de balanços corporativos europeus, que está chegando ao fim, o destaque foi a Iveco, que teve forte avanço no lucro do primeiro trimestre e reafirmou projeções para o ano. A ação da fabricante italiana de caminhões e ônibus subiu 0,34% em Milão, onde o FTSE MIB avançou 0,93%, a 34.657,35 pontos. Em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 0,38%, a 18.756,86 pontos.

Em Paris, o CAC 40 subiu 0,38%, a 8.219,14 pontos. Em Madri, o Ibex35 avançou 0,56%, a 11.111,80 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 subiu 1,15%, a 6.911,82 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta na sexta-feira, acompanhando ganhos em Wall Street que vieram em meio a esperanças renovadas sobre cortes de juros nos EUA.

Liderando o viés positivo na Ásia, o índice Hang Seng saltou 2,30% em Hong Kong, a 18.963,68 pontos, atingindo o maior patamar desde agosto do ano passado, também impulsionado por reportagem da Bloomberg de que a China considera isentar investidores individuais do pagamento de impostos sobre dividendos obtidos com ações de Hong Kong compradas por meio do esquema de negociação ‘Stock Connect’.

Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei subiu 0,41% em Tóquio, a 38.229,11 pontos, o sul-coreano Kospi avançou 0,57% em Seul, a 2.727,63 pontos, e o Taiex garantiu alta de 0,72% em Taiwan, a 20.708,84 pontos.

Já na China continental, o Xangai Composto ficou praticamente estável, com alta marginal de 0,01%, a 3.154,55 pontos, e o Shenzhen Composto recuou 0,71%, a 1.783,77 pontos, em clima de cautela antes de números domésticos de inflação a ser divulgados no fim da noite da sexta, pelo horário de Brasília.

A predominância do apetite por risco na Ásia veio após as bolsas de Nova York subirem de forma generalizada na quinta-feira, à medida que dados mais fracos do mercado de trabalho dos EUA reforçaram esperanças de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) começará a reduzir juros na segunda metade do ano.

Na Oceania, a bolsa australiana foi também favorecida por Wall Street. O S&P/ASX 200 avançou 0,35% em Sydney nesta sexta, a 7 749,00 pontos, ajudado pelo bom desempenho de ações de bancos.