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Bolsas da Europa fecham mistas, observando decisão do Fed

O banco central dos Estados Unidos manteve sua taxa de juros, mas a possibilidade de voltar a aumentá-la por conta da inflação persistente foi rechaçada.

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02 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham mistas, observando decisão do Fed
A maioria das bolsas não operou na quarta-feira, devido ao feriado de 1º de Maio.

As bolsas da Europa fecharam sem sinal único na quinta-feira, 2, em sessão marcada pela repercussão da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira. O banco central dos Estados Unidos manteve sua taxa de juros, mas a possibilidade de voltar a aumentá-la por conta da inflação persistente foi rechaçada.

Além disso, investidores estiveram atentos à publicação de balanços, com destaque para a Shell, que subiu com seus resultados e ajudou o FTSE 100 a renovar máxima histórica em Londres. A maioria das bolsas não operou na quarta-feira, devido ao feriado de 1º de Maio. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,19%, a 503,33 pontos.

Na visão do AJ Bell, o Fed manteve as taxas inalteradas como esperado, e o presidente da instituição, Jerome Powell, rejeitou em grande parte qualquer ideia de que pudessem subir em relação aos níveis atuais. No entanto, ele alertou que as taxas permaneceriam mais altas por mais tempo. “Reflexo deste comentário misto, as ações dos EUA passaram por uma gangorra.

O FTSE 100 seguiu em frente, não muito longe dos últimos recordes estabelecidos na terça-feira, ajudado por resultados melhores do que o esperado da Shell, peso pesado do índice”, afirma.

As ações da Shell avançaram 2,43% em Londres, após a petrolífera britânica surpreender em lucro e também anunciar que vai recomprar ações. Na cidade, o FTSE 100 subiu 0,63%, a 8.172,15 pontos. Já o ING subiu 6,37% em Amsterdã, após o banco holandês anunciar uma recompra de ações em seu balanço trimestral.

No noticiário macroeconômico, os PMIs industriais da Alemanha e da zona de euro vieram melhores do que o esperado em pesquisas finais da S&P Global. O PMI de manufatura alemão subiu para 42,5 em abril e o do bloco caiu para 45,7.

De qualquer forma, as leituras abaixo de 50 indicam que o setor manufatureiro europeu segue em contração. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,20%, a 17.896,50 pontos. Em Paris, o CAC 40 recuou 0,88%, a 7.914,65 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,03%, a 33.736,40 pontos.

Por outro lado, o Ibex 35 subiu 0,16%, a 10 872,00 pontos, em Madri, e o PSI 20 avançou 0,75%, a 6.665,17 pontos, em Lisboa.

Ainda na quinta-feira, o UBS está considerando cortar centenas de milhões de dólares em custos de sua divisão de gestão de ativos, em meio a preocupações com a pressão sobre os lucros nesse negócio, apontaram fontes à reportagem.

O banco suíço pretende reduzir pelo menos US$ 300 milhões em custos, incluindo cortes de pessoal administrativo na Suíça. Em Zurique, os papéis da instituição subiram 0,08%.

As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios de quinta-feira sem direção única, espelhando o comportamento de Wall Street na quarta após o anúncio de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

O índice japonês Nikkei teve leve baixa de 0,10% em Tóquio hoje, a 38.236,07 pontos, pressionado por ações do setor automotivo e ligadas a eletrônicos, enquanto, na volta de um feriado, o sul-coreano Kospi caiu 0,31% em Seul, a 2.683,65 pontos, e o Taiex cedeu 0,85% em Taiwan, a 20.222,44 pontos.

Por outro lado, o Hang Seng saltou 2,50% em Hong Kong, a 18 207,13 pontos, impulsionado por ações de tecnologia, também ao retornar de um feriado. Na China continental, os mercados estão fechados desde ontem e só reabrirão na segunda-feira (06), devido a um feriado.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, com a ajuda de ações das maiores empresas do país em termos de valor de mercado O S&P/ASX 200 avançou 0,23% em Sydney, a 7.587,00 pontos.

Ontem, as bolsas de Nova York terminaram o pregão com sinais divergentes, após o Fed mais uma vez deixar seus juros inalterados, como era amplamente esperado, mas também sinalizar que um aumento das taxas é improvável, apesar da inflação persistente nos EUA.