O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na segunda-feira, 15, que o país e aliados “derrotaram” o ataque do Irã contra Israel no último sábado. Em declarações a repórteres no Salão Oval da Casa Branca, o democrata reforçou o compromisso norte-americano com a segurança dos israelenses.
Os comentários foram feitos em meio à reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia’ Al Sudani. Biden reiterou a importância das relações entre os EUA e o Iraque para o Oriente Médio e o mundo.
O presidente norte-americano também disse que o país está empenhando em um cessar-fogo no conflito da Faixa de Gaza que assegure a libertação dos reféns israelenses e evite a generalização da guerra na região.
O forte aumento dos receios com segurança levantou novas questões sobre a viabilidade da presença militar norte-americana de duas décadas no Iraque, por onde voaram ou foram lançadas partes do ataque de sábado com drones e mísseis do Irã a Israel. Uma bateria Patriot dos EUA em Erbil, no Iraque, derrubou pelo menos um míssil balístico iraniano, segundo autoridades norte-americanas.
Além disso, representantes iranianos iniciaram ataques contra os interesses dos EUA em toda a região a partir do interior do Iraque, tornando a reunião de segunda-feira entre Biden e Mohammed Shia’ Al Sudani ainda mais crítica.
As conversas de Biden com o primeiro ministro do Iraque devem incluir uma discussão sobre a estabilidade regional e o futuro envio de tropas dos EUA, mas também se concentrarão em questões econômicas, comerciais e energéticas que se tornaram uma grande prioridade para o governo do Iraque, segundo autoridades norte-americanas.
Os EUA e o Iraque iniciaram conversações formais em janeiro sobre o fim da coligação criada para ajudar o governo iraquiano a combater o Estado Islâmico, com cerca de 2 mil soldados norte-americanos permanecendo no país ao abrigo de um acordo com Bagdá. As autoridades iraquianas têm apelado periodicamente pela retirada dessas forças.
Al Sudani tentou manter um equilíbrio entre o Irã e os EUA, apesar de ser visto como próximo de Teerã e dos vários incidentes que colocaram o seu governo numa posição embaraçosa em relação a Washington.
O primeiro-ministro iraquiano ainda regressará ao Iraque e se reunirá com o presidente turco após a sua viagem a Washington, o que poderá finalmente levar a uma solução para uma disputa de longa data sobre as exportações de petróleo das áreas curdas do Iraque para a Turquia. Washington tem procurado retomar o fluxo de petróleo.
Os líderes mundiais apelaram a Israel que não retalie após o ataque com centenas de drones e mísseis que o Irã lançou contra alvos militares israelenses no fim de semana.
O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, disse na segunda-feira (15) que o governo britânico não apoia uma ação retaliatória, ao passo que o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que tentará “convencer Israel de que não deve responder com uma escalada” no conflito.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, por sua vez, pediu que Israel “contribua para inverter” a escalada da violência no Oriente Médio, durante visita à China. Scholz disse ainda que o Irã precisa “parar com a agressão”.
A ofensiva iraniana lançada no sábado (13), menos de duas semanas após um suposto ataque israelense matar dois generais iranianos no consulado do Irã na Síria, marcou a primeira vez que Teerã atacou Israel de forma direta, apesar de décadas de inimizade que remontam à Revolução Islâmica iraniana de 1979.
Segundo um porta-voz israelense, 99% dos drones e mísseis lançados pelo Irã foram interceptados.