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Aperto monetário

BCE mantém juros pela quinta vez consecutiva

Desta forma, a taxa de refinanciamento do BCE permanece em 4,50%, a de depósitos, em 4%, e a de empréstimos, em 4,75%.

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12 de abril de 2024
Vinicius Palermo
BCE mantém juros pela quinta vez consecutiva
Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde disse que será apropriado reduzir juros se os dirigentes tiverem confiança no rumo da inflação.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar suas principais taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva, após concluir reunião de política monetária na quinta-feira, 11. Desta forma, a taxa de refinanciamento do BCE permanece em 4,50%, a de depósitos, em 4%, e a de empréstimos, em 4,75%. A decisão veio em linha com a expectativa de analistas.

Em comunicado, o BCE reafirmou que os juros ficarão em “níveis restritivos pelo período que for necessário”, mas também ressaltou que será “apropriado reduzir o aperto monetário” se houver maior confiança de que a inflação na zona do euro está convergindo para a meta oficial de 2% “de forma sustentada”.

O BCE também avaliou que a maioria das medidas de inflação subjacente está desacelerando e que o avanço dos salários está moderando gradualmente. O BCE reiterou ainda que continuará se apoiando no comportamento de dados econômicos para tomar futuras decisões política monetária.

Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde disse que será apropriado reduzir juros se os dirigentes tiverem confiança no rumo da inflação. Ela falou que o BCE seguirá com abordagem focada em dados, e que não estão fazendo compromisso prévio com relaxamento de política.

Lagarde destacou que dados mostram desinflação contínua na zona do euro. Na sua estimativa, a inflação deverá flutuar nos níveis atuais nos próximos meses antes de caminhar à meta em 2025. No momento, a inflação de alimentos recua, a de bens caiu de novo em março, ao passo que a de serviços segue elevada.

Para ela, as taxas de juros no nível atual fazem contribuição substancial para conter a alta no nível de preços. Porém, a política monetária deverá pesar menos na demanda com o tempo, ressalvou.
A presidente do BCE reafirmou que a instituição irá dispor de “muito mais dados e informações” e de novas projeções em junho, quando voltará a decidir sobre sua política monetária.

Lagarde comentou que a “grande maioria” dos dirigentes do BCE quer ver novos dados econômicos até junho, antes de decidir sobre um eventual corte de juros.

Alguns deles, porém, já se sentiam suficientemente confiantes para iniciar o relaxamento monetário na quinta-feira, com os dados já disponíveis, ressaltou.

A presidente do Banco Central Europeu disse também que o BCE não depende do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para tomar suas decisões de política monetária. Segundo ela, o BCE depende do comportamento dos dados econômicos da zona do euro.

“O que ocorre na zona do euro não será um espelho do que acontece nos EUA”, disse Lagarde.
Na quarta-feira, a aposta majoritária para o primeiro corte de juros pelo Fed passou a ser setembro, após dados fortes da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA.

A presidente do BCE afirmou ainda que os dirigentes não pretendem esperar que todos os componentes da inflação cheguem à meta de 2%, antes de decidir por corte de juros. Durante entrevista coletiva, ela disse, que, de qualquer modo, que o BCE está atento a todos os componentes da inflação, além de acrescentar que “idas e vindas” e alguns “sobressaltos” na inflação já estão no cenário-base atual da instituição.

Lagarde afirmou que o declínio da inflação “não será linear”, mas recordou que o cenário-base continua a ser de que a inflação irá à meta de 2% em meados de 2025.

Segundo ela, o BCE está bastante atento à questão da produtividade, à evolução dos salários e na trajetória dos lucros corporativos.

A presidente do BCE ainda foi questionada se a trajetória do euro poderia influir nas decisões de política monetária. Ela afirmou que o banco central não tem meta para a taxa de câmbio nem discutiu isso.

Questionada sobre o balanço da instituição, Lagarde comentou que o processo de redução dele prossegue, no nível anteriormente informado. O balanço já foi reduzido “de modo significativo”, avaliou ela.