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Inflação alta

Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, de olho em CPI dos EUA

O CPI, junto com o payroll (dado de emprego) mais forte que o esperado, praticamente mata as esperanças de um corte de juros em junho pelo Fed, afirmou a Capital Economics.

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11 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, de olho em CPI dos EUA
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,12%, a 506,45 pontos.

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta na quarta-feira, 10, em sessão atenta à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano de março. A inflação acima do esperado reforçou a perspectiva de juros em um nível elevado por mais tempo por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), pressionando os papéis. Por outro lado, as ações de bancos tiveram um desempenho forte no continente, e deram suporte aos índices.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,12%, a 506,45 pontos. O CPI, junto com o payroll (dado de emprego) mais forte que o esperado, praticamente mata as esperanças de um corte de juros em junho pelo Fed, afirmou a Capital Economics.

A consultoria destacou o terceiro avanço mensal consecutivo de 0,4% no núcleo do CPI, além da manutenção da taxa anual do núcleo em 3,8% e o repique da taxa anual do índice cheio a 3,5%.
No monitoramento do CME Group, a chance de um corte aparecia como majoritária apenas para setembro, com 73,8% de possibilidade de algum corte, sendo 26,2% por manutenção.

Na quinta-feira, 11, será a vez de o Banco Central Europeu (BCE) anunciar decisão de juros. A previsão é que o BCE irá manter as taxas, também pela quinta vez seguida, mas preparar o terreno para uma redução inicial em junho.

A expectativa do Banca Mediolanum é de que o BCE adote uma postura “dovish” na decisão da quinta-feira e prepare o terreno para um primeiro corte de juros na reunião seguinte, em junho. Em seguida, o banco italiano espera mais reduções da taxa básica em julho, setembro, outubro e dezembro.

Entre as ações, o HSBC subiu 3,07% em Londres, ajudando o FTSE 100 a avançar 0,33%, a .7961,21 pontos. Em Milão, Banca Monte Paschi Siena teve alta de 4,83% junto de outros bancos, impulsionando o FTSE MIB a subir 0,27%, a 34.039,63 pontos.

O DAX ganhou 0,11% em Frankfurt, a 18.095,96 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 0,06%, a 6.279,78 pontos. Por outro lado, o Ibex 35 caiu 0,38% em Madri, a 10.775,00 pontos, na sua quarta queda consecutiva, enquanto o CAC 40 teve baixa de 0,05%, a 8.045,38 pontos, em Paris.

Em Zurique, as ações do UBS caíram 2,95%, após a notícia de que o banco enfrentará regras de capital mais duras depois de uma revisão bancária do governo suíço. As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, após a Fitch rebaixar a perspectiva do rating soberano chinês e com investidores demonstrando cautela antes da publicação de novos dados da inflação dos EUA.

Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,70%, a 3 027,33 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda de 1,74%, a 1.720,28 pontos.

A Fitch rebaixou sua perspectiva para a nota de crédito soberana A+ da China, de estável para negativa, em função dos “crescentes riscos” às finanças do gigante asiático. Em resposta, o Ministério de Finanças chinês disse que a dívida do país é “administrável” e está “sob controle”.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 0,48% em Tóquio, a 39.581,81 pontos, e o Taiex registrou leve perda de 0,16% em Taiwan, a 20.763,53 pontos. Já a bolsa de Seul não operou nesta quarta devido a eleições parlamentares na Coreia do Sul.

A falta de apetite por risco na região asiática também precedeu a divulgação de números mensais da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA. À noite, ainda estava prevista atualização da inflação mensal da China, tanto ao consumidor (CPI) quanto ao produtor (PPI, na sigla em inglês).

Exceção, o Hang Seng driblou o mau humor predominante na Ásia e subiu 1,85% em Hong Kong, a 17.139,17 pontos, apoiado por ações de tecnologia e financeiras.

Na Oceania, a bolsa australiana encerrou a sessão com ganhos, aproximando-se ainda mais de sua máxima histórica, à medida que ações de mineradoras foram impulsionadas pela força recente dos preços do minério de ferro. O S&P/ASX 200 avançou 0,31% em Sydney, a 7.848,50 pontos.