O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou na segunda-feira, 18 que há unidade do governo para criar o fundo permanente para as companhias aéreas. Segundo o chefe da pasta, após conversa com Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, foi criado um grupo de trabalho para apresentar uma linha de crédito para as empresas.
Sobre rumores de que a Azul poderia comprar a Gol, o ministro ressaltou que a própria Gol, que entrou voluntariamente com pedido de Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial) no Tribunal de Falências de Nova York em 25 de janeiro, já negou essa possibilidade. “Penso que a Gol sairá maior desse processo (Chapter 11), como a Latam saiu.”
Costa Filho ainda disse que vai lançar uma agenda para trazer novas companhias aéreas para o Brasil. “Eu defendo a entrada para que a gente possa aumentar a competitividade, que é muito saudável para o País”.
O ministro destacou que vem conversando com companhias áreas da América do Sul, além do mercado africano e de grupos italianos. Ainda, pontuou que diversas companhias desejam vir ao Brasil, mas possuem dificuldades devido ao número de aeronaves. Outro obstáculo conhecido é a legislação brasileira, considerada dura por essas empresas internacionais.
O ministro voltou a destacar que o programa Voa Brasil, com passagens de R$ 200, deverá atender um público específico e disse que, na média geral, o valor das passagens no Brasil é justo. Ainda, afirmou que um dos objetivos da iniciativa é “impulsionar turismo em baixa temporada”.
Sobre a reunião ministerial realizada na segunda-feira, 18, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Costa Filho a classificou como positiva e destacou que o chefe da pasta, o presidente pediu para que os ministros falassem dos Estados. O ministro também teceu críticas ao governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Passagem aérea é utilidade pública, mas governo anterior não deu atenção ao setor”, destacou.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que “a combinação de crescimento econômico e queda da inflação no ano passado levou ao maior aumento de renda da população desde o Plano Real”, repetindo um discurso que alguns integrantes do governo Lula têm tentado encampar para levar adiante uma agenda positiva para o Palácio do Planalto. Ele reforçou que a “democracia atrai investimento e com sustentabilidade”.
Alckmin argumentou que o “Brasil ficou caro antes de ficar rico, então é preciso ter agenda de competitividade”.
O vice-presidente afirmou, ainda, que o governo precisa ficar “atento para mantermos os princípios e objetivos da reforma tributária” ao longo da regulamentação que será feita por leis complementares neste ano. Também defendeu que o governo tem trabalhado “de modo responsável” para combater o desmatamento no País para reduzir a emissão de gases estufa.