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Bolsas da Europa fecham em queda, com chance remota de alívio nos EUA

Entre as ações na Europa, o Casino cedeu com a incerteza sobre processo de reestruturação, mas Unicredit disparou

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05 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda, com chance remota de alívio nos EUA
Em Paris, o CAC-40 fechou em baixa de 0,03%, aos 16.904,06 pontos.

As bolsas europeias fecharam na grande maioria em queda na segunda-feira, 5, diante da cautela dos investidores à medida em que fica cada vez mais remoto o início do corte da taxa de juros nos EUA em março. Em entrevista transmitida pela CBS na noite de domingo, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, reafirmou que um corte de juros em março não é o mais provável.

O presidente do banco central dos Estados Unidos disse ainda que deve “esperar para ver” dados antes de começar a flexibilizar a política monetária. Entre as ações na Europa, o Casino cedeu com a incerteza sobre processo de reestruturação, mas Unicredit disparou, após anúncio de recompra e dividendos aos acionistas.

Em Paris, o CAC-40 fechou em baixa de 0,03%, aos 16.904,06 pontos. Em Londres, o FTSE-100 cedeu 0,04%, aos 7.612,86 pontos e o DAX, de Frankfurt, perdeu 0,08%, aos 16.904,06 pontos. Na Bolsa de Paris, a ação da Casino caiu 4,41%, em meio às incertezas sobre o processo de reestruturação da empresa, acionista do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil.

Na sexta-feira, a companhia informou ter recebido o aval das autoridades regulatórias competentes e que agora só depende do sinal verde da Justiça francesa. Segundo a imprensa local, a Junta Comercial de Paris deve analisar o caso ainda na segunda, mas sindicalistas trabalham para travar o negócio, diante do temor de que haja cortes de empregos. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB subiu 0,76%, aos 30.952,79 pontos, com os papéis do Unicredit liderando a alta dos bancos italianos.

O Unicredit subiu 8,10%, após a instituição bancária anunciar que pretende distribuir a seus acionistas 8,6 bilhões de euros referentes a 2023, ou 3,35 bilhões de euros a mais do que um ano antes, após o lucro no quarto trimestre do ano passado superar as projeções.

Contagiado pelo resultado, o Banca Monte dei Paschi di Siena avançou 3,81% e o Intesa Sanpaolo, 2,34%. Em Madri, o IBEX-35 caiu 1,20%, perdeu os 10.000 pontos e fechou aos 9.941,30 pontos. O índice foi penalizado pelos papéis do Santander, que caíram 4,96%.

Segundo o Financial Times, o Lloyds e o Santander UK forneceram contas a empresas de fachada britânicas, supostamente de propriedade secreta de uma empresa petroquímica iraniana alvo de sanção, informou o jornal, citando documentos. Com base na sua investigação, o Santander disse que não viola as sanções dos EUA.

Em Londres, as ações do Lloyds recuaram 2,13%. Um porta-voz do Lloyds disse que as “atividades comerciais do credor são conduzidas para garantir o cumprimento das leis de sanções aplicáveis”. Em Lisboa, o PSI 20 cedeu 0,54%, aos 6.223,45 pontos.

A comissão reguladora de valores mobiliários da China (CSRC, pela sigla em inglês) prometeu combater práticas de manipulação de preços de ações e operações “maliciosas” de vendas de ações a descoberto.
Em comunicado publicado no domingo (04), a CSRC comentou que a fatia de ações sujeita a vendas a descoberto caiu de 10,5% em 2018 para cerca de 3,4% atualmente. Afirmou também que, até o momento, operações do tipo somaram apenas 27,4 milhões de yuans (cerca de US$ 3,5 milhões), representando uma porção muito pequena da movimentação do mercado.

Embora o comunicado da CSRC aparentemente tivesse o objetivo de tranquilizar investidores individuais, que respondem por mais de metade do volume de negócios, as bolsas chinesas reagiram com bastante volatilidade na segunda-feira, 5, alternando grandes perdas e pequenos ganhos antes de fecharem nos menores níveis em cinco anos.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única na segunda-feira, 5, com as chinesas estendendo o mau humor da semana passada, apesar de dados apontarem expansão no setor de serviços.

Na China continental, o índice Xangai Composto caiu 1,02%, a 2 702,19 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu queda de 3,93%, a 1.433,10 pontos, ampliando perdas da última semana, em meio a persistentes dúvidas sobre a capacidade de recuperação da segunda maior economia do mundo, ainda que Pequim tenha anunciado recentes medidas de estímulos, incluindo um corte na taxa de compulsório bancário que entrou em vigor na segunda.

Pesquisa da S&P/Global Caixin mostrou que o PMI de serviços chinês diminuiu levemente em janeiro, para 52,7, mas se manteve acima da barreira de 50 que indica expansão de atividade.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi recuou 0,92% sem Seul, a 2.591,31 pontos, e o Hang Seng caiu 0,15% em Hong Kong, a 15.510,01 pontos, enquanto o japonês Nikkei avançou 0,54% em Tóquio, a 36.354,16 pontos, com a ajuda de ações dos setores automotivo e financeiro, e o Taiex subiu 0,20% em Taiwan, a 18 096,07 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, à espera de decisão do juros do banco central do país – conhecido como RBA -, a ser anunciada na madrugada de terça-feira (06). O S&P/ASX 200 caiu 0,95%, em Sydney, a 7.625,90 pontos, após atingir máxima histórica no pregão anterior.