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Esperanças renovadas

Bolsas da Europa fecham em queda, após CPI abalar convicção de alívio monetário

As ações do setor bancário na região acompanharam as pressões sobre papéis similares em Wall Street. Em Londres, o índice referencial terminou a sessão na mínima do dia.

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11 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda, após CPI abalar convicção de alívio monetário
Em Londres, o índice referencial FTSE 100 fechou na mínima intradiária

As bolsas da Europa fecharam o pregão de quinta-feira, 11, em queda, após a aceleração da taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) em dezembro nos Estados Unidos abalar a convicção sobre um ciclo de alívio monetário intenso pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Os dados dos Estados Unidos apagaram o leve ganho visto nos mercados acionários europeus pela manhã. As ações do setor bancário na região acompanharam as pressões sobre papéis similares em Wall Street. Em Londres, o índice referencial terminou a sessão na mínima do dia.

Em conferência realizada no período da manhã, o economista-chefe do Citi na Europa, Arnaud Marès, alertou que as taxas de inflação, apesar de em queda, demonstraram ser mais resistentes do que o imaginado, e um choque de oferta provocado pelos conflitos geopolíticos que “evoluem paralelamente” pode prejudicar os planos do Banco Central Europeu (BCE) e de outros BCs de cortar juros no primeiro semestre deste ano.

Em Londres, o índice referencial FTSE 100 fechou na mínima intradiária, com perda de 0,98%, aos 7.576,59 pontos. Entre as instituições bancárias, o Barclays perdeu 4,77% e o Lloyds caiu 3,77%.

Os papéis da M&S cederam 5,51%, após a rede varejista citar desafios de curto prazo a despeito do desempenho robusto de vendas na temporada natalina. Na contramão, a Whitbread subiu 2,28%, após a rede de hotelaria e restaurantes anunciar crescimento de 9% nas vendas no terceiro trimestre, com as hospedagens computando aumento de 11% diante da forte demanda em Londres e em outras regiões. A companhia respaldou suas projeções para o ano fiscal de 2024.

Em Frankfurt, o índice Dax terminou em queda de 0,86%, aos 16 547,03 pontos. Já em Paris, o CAC 40 caiu 0,52%, para 7.387,62 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB cedeu 0,66%, a 30.249,16 pontos.

Em Madri, o índice Ibex 35 recuou 0,62%, aos 10.004,90 pontos. As ações da Grifols derreteram 16,17%, prolongando as perdas após a acusação do fundo de hedge Gotham City de que companhia farmacêutica manipulou dados para ocultar dívida em balanço. A empresa disse na quarta-feira (10) que tomará medidas legais contra a Gotham City. A Bolsa de Lisboa perdeu 0,19%, terminando a sessão em 6.589,57 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta na quinta-feira, 11, após um dia positivo em Wall Street e em meio a esperanças renovadas de mais estímulos monetários na China.

O índice japonês Nikkei subiu 1,77% em Tóquio, a 35.049,86 pontos, ultrapassando a marca de 35 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro de 1990, enquanto o Hang Seng avançou 1,27% em Hong Kong, a 16.302,04 pontos, e o Taiex registrou alta de 0,46% em Taiwan, a 17.545,32 pontos.

Na quarta-feira, as bolsas de Nova York encerraram os negócios com ganhos em torno de 0,5% a 0,8%, em meio a apostas um pouco mais otimistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá começar a reduzir juros em março e à espera de novos dados da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que serão divulgados nas próximas horas.

Na China continental, o Xangai Composto teve modesta alta de 0,31% hoje, a 2.886,65 pontos, mas o Shenzhen Composto apresentou ganho mais robusto, de 1,62%, a 1.760,77 pontos. Dias atrás, uma autoridade sinalizou que o banco central chinês (PBoC) poderá relaxar mais sua política monetária, inclusive por meio de um corte de compulsório. No fim da noite de quinta, estão previstos números da inflação chinesa ao consumidor (CPI) e também ao produtor (PPI).

Exceção na Ásia, o sul-coreano Kospi teve ligeira baixa de 0,07% em Seul, a 2.540,27 pontos, acumulando perdas por sete pregões consecutivos, embora o BC da Coreia tenha mantido seu juro básico em 3,5% pela oitava vez seguida. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, impulsionada por ações de tecnologia e do setor financeiro. O S&P/ASX 200 avançou 0,50% em Sydney, a 7.506,00 pontos.