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Lula visita quilombo da Marambaia e destaca momento histórico do país

Lula destacou a importância do local para descendentes dos escravos que foram trazidos ao Brasil e do resgate dessa história para o país.

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03 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Lula visita quilombo da Marambaia e destaca momento histórico do país
Lula e Janja durante apresentação no Quilombo de Marambaia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou, na quarta-feira (3), a comunidade quilombola da Ilha da Marambaia, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Em publicação as redes sociais, ele destacou a importância do local para descendentes dos escravos que foram trazidos ao Brasil e do resgate dessa história para o país.  

“Conversei com as pessoas e pude ver as ruínas de uma senzala. Não devemos esquecer o que já aconteceu no nosso país, principalmente toda exploração e sofrimento causado às pessoas negras e indígenas. É assim que poderemos construir um Brasil melhor e mais digno para o povo.”

Lula compartilhou um vídeo da visita, no qual conta um pouco da história do quilombo e se dispõe a conversar com os moradores sobre melhorias para a comunidade. “A verdade é que isso aqui é a marca triste de um momento histórico do Brasil. Esse é um período que a gente não pode esquecer nunca, porque é do não esquecimento que a gente vai construindo a história do Brasil do jeito que ela é”, disse. 

“Nós temos que aproveitar esse momento histórico que nós vivemos no Brasil para tentar recuperar definitivamente, não apenas a história verdadeira, mas recuperar os direitos plenos das pessoas”, acrescentou. No vídeo, também aparecem a primeira-dama, Janja Lula da Silva, e o ministro da Secretaria Geral, Márcio Macedo.  

A Ilha da Marambaia foi um local de abrigo de negros traficados da África para o Brasil. Além da herança quilombola, a ilha abriga equipamentos militares desde a década de 1970, quando passou a ser controlada pelas Forças Armadas.

Por ser uma região de acesso restrito, a base naval da ilha foi escolhida por Lula para passar o recesso de Ano Novo. A previsão é de que ele retorne amanhã a Brasília. Outros presidentes também já utilizaram o local para descanso. 

Em 2015, depois de uma disputa judicial com a Marinha que se estendeu por mais de dez anos, as famílias quilombolas receberam a titulação de uma área de 53 hectares na região, na época, reconhecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Hoje, quem certifica comunidades quilombolas é a Fundação Cultural Palmares.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu estender o recesso de final de ano e adiou o retorno para Brasília, inicialmente previsto para esta quarta-feira, 3. De acordo com interlocutores do governo, a expectativa é que Lula volte à capital federal na quinta-feira, dia 4.

O chefe do Executivo escolheu passar as festas de final de ano na Restinga de Marambaia, no Rio de Janeiro. Ele embarcou no dia 26 de dezembro para o destino. A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, acompanha o petista.

A Restinga de Marambaia é um pedaço privativo do litoral fluminense nas áreas dos municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba. O local é administrado pela Marinha, pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira (FAB) e, por se tratar de uma área militar, seu acesso é restrito. Na região, há também uma unidade de treinamento de fuzileiros navais.

Após o adiamento da sua volta a Brasília, Lula publicou, na manhã de quarta, uma foto sua no mar. “Reencontro com o mar para começar 2024 com muita energia para rodar o Brasil”, escreveu o presidente em mensagem no X, antigo Twitter.

O retorno de Lula à capital federal será acompanhado de decisões a serem tomadas pelo governo federal. No dia 8 de janeiro, a gestão Lula 3 planeja um ato de “aniversário” de um ano dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. Os governadores serão convidados para participar.

A data, inclusive, representará o último dia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no cargo. Dino teve o nome aprovado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado em dezembro e deve assumir como ministro da Corte Suprema no final de fevereiro. A substituição, contudo, ainda é incerta, já que Lula ainda não decidiu o nome para chefiar a pasta.