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Reeleição

Vice de Ricardo Nunes será escolha ‘exclusiva’ de Bolsonaro

O nome do vice da chapa ainda está indefinido, mas deverá ser anunciado em março e será uma escolha exclusiva de Bolsonaro.

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22 de dezembro de 2023
Vice de Ricardo Nunes será escolha ‘exclusiva’ de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai escolher um vice de seu “núcleo duro” para compor a chapa com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Em reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, nesta semana, Bolsonaro decidiu apoiar a reeleição de Nunes para a Prefeitura de São Paulo em 2024. O nome do vice da chapa ainda está indefinido, mas deverá ser anunciado em março e será uma escolha exclusiva de Bolsonaro, de acordo com um interlocutor do ex-presidente a par do assunto.

Com isso, esgotam-se as chances de uma chapa composta por Nunes e Marta Suplicy, ex-senadora filiada ao PT que hoje faz parte do 1º escalão da Prefeitura de São Paulo. Além disso, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) também não será mais o candidato do PL. O parlamentar disse aguardar um pronunciamento do ex-presidente. “Vamos aguardar Bolsonaro falar por si. Até lá, desconfio da veracidade das afirmações”, disse o ex-ministro do Meio Ambiente “Vice não serei”, pontuou.

No último dia 12, Bolsonaro havia afirmado preferir seu ex-ministro como prefeito. “Seria uma oportunidade de recompensá-lo. São Paulo merece realmente um nome que vá fazer pelo município e não fazer por partido”, disse, ao finalizar: “Salles prefeito”.

O Plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou na quinta-feira, 21, em segunda votação, o Orçamento da cidade para o próximo ano. O valor total é de R$ 111,8 bilhões, o que representa um aumento de 16,6% em comparação ao Orçamento aprovado para este ano. O valor ampliado estará disponível para o prefeito em ano eleitoral.

O projeto foi enviado Por Nunes à Câmara Municipal em 29 de setembro e foi aprovado de forma simbólica, ou seja, sem contagem de votos. Ainda assim, as bancadas do PT e do PSOL se posicionaram contrários à proposta.

Em ano que concorre à reeleição da Prefeitura, Nunes terá disponível R$ 3,8 bilhões para aplicar em programas de habitação O valor é o orçamento da Secretaria de Habitação, que passou de R$ 2,5 bilhões em 2023 para R$ 3,8 bilhões no ano eleitoral, quase 50% a mais. A pauta da habitação é a principal bandeira de seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio à capital paulista em demonstração de apoio a Boulos na corrida pela Prefeitura. Não por acaso, os dois participaram juntos de evento da assinatura do contrato de início de obras do empreendimento habitacional Copa do Povo, que faz parte do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida na Zona Leste de São Paulo.

O prefeito respondeu ao ato. Durante entrega de 109 moradias populares pela prefeitura na quarta-feira, 20, na Vila Olímpia, Nunes falou abertamente em reeleição e alfinetou Boulos “É muito fácil as pessoas dizerem que defendem a habitação, que defendem não sei o quê, e a entrega, zero. O importante é isso aqui, concretizar o sonho”, declarou.

Outra medida popular que alavanca Nunes na corrida eleitoral e está prevista no Orçamento é a tarifa de ônibus municipais grátis aos domingos. A Secretaria de Mobilidade e Trânsito recebeu o incremento de 67% comparado ao orçamento deste ano, chegando a R$ 10,4 bilhões, prevendo os gastos com a implementação do novo programa.

O prefeito andou de ônibus no último domingo, 17, para lançar o programa. Passageiros reclamaram sobre a tarifa gratuita ser implementada no único dia que têm para descansar, e não em dias úteis.
Defendida ao longo dos anos pela esquerda, em movimentos como o do Passe Livre (MPL), a proposta deve invadir as campanhas eleitorais de 2024. Adversários de Nunes avaliam que esta pode ser a bandeira que ele precisa para se reeleger.

O orçamento da SPTrans, uma entre as empresas que recebem subsídio da prefeitura, passará de R$ 10,8 bilhões para R$ 12,1 bilhões em 2024, representando mais de 81% da verba destinada às empresas.
A secretaria que ficou com a maior parte do Orçamento foi a de Educação, com R$ 21,8 bilhões, seguida pela pasta da Saúde, com R$ 17,8 bilhões.

Entre as subprefeituras, a Sé é a primeira colocada, com R$ 127 milhões, seguida pela subprefeitura de São Mateus, com R$ 74 milhões. O projeto seguirá para a sanção do próprio prefeito.