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SAMI e Embraer iniciam cooperação em defesa e segurança

A SAMI e a Embraer também trabalharão para estabelecer uma ampla capacidade de manutenção das aeronaves da Embraer no país.

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29 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
SAMI e Embraer iniciam cooperação em defesa e segurança
A Embraer e a SAMI se engajarão em atividades de treinamento, que possibilitarão a abertura de novas oportunidades no setor aeroespacial do Reino da Arábia Saudita e região.

A SAMI, principal companhia de Defesa e Segurança da Arábia Saudita e subsidiária do Fundo de Investimento Público local, e a Embraer (NYSE: ERJ; B3: EMBR3) assinaram na quarta-feira um Memorando de Entendimento para início de cooperação em suas respectivas indústrias aeroespaciais, com prioridade para Defesa e Segurança.

O acordo busca ampliar a presença de ambas as empresas no Reino da Arábia Saudita, com os objetivos conjuntos de promoção das capacidades do C-390 Millennium e do fornecimento de suporte local associado aos requisitos do Ministério da Defesa do Reino da Arábia Saudita.

A SAMI e a Embraer também trabalharão para estabelecer uma ampla capacidade de manutenção das aeronaves da Embraer no país. Nesse sentido, ambas as empresas também têm como alvo o estabelecimento de um Centro Regional de MRO (manutenção, reparo e revisão, na sigla em inglês) e de uma linha de montagem final para o Embraer C-390, bem como a integração do sistema de missão no Reino da Arábia Saudita. Além disso, a Embraer e a SAMI se engajarão em atividades de treinamento, que possibilitarão a abertura de novas oportunidades no setor aeroespacial do Reino da Arábia Saudita e região.

“Estamos muito satisfeitos pela assinatura do acordo com a Embraer, que poderá trazer novas instalações de suporte e produção no país. O crescimento em nosso escopo de negócios e de capacidades destaca a dedicação da SAMI em avançar e apoiar o desenvolvimento do setor aeroespacial no Reino da Arábia Saudita. É mais um passo importante nos esforços da SAMI em apoiar a Saudi Vision 2030, para fortalecer a autossuficiência do país em defesa e contribuir para a localizar de 50% dos gastos com defesa no Reino da Arábia Saudita até 2030”, afirma Eng. Walid A. Abukhaled, CEO da SAMI. “Ainda que a expansão de nossas capacidades de MRO sejam importantes, a chave para esse acordo é o estabelecimento de atividades de treinamento conjuntas, para apoiar o desenvolvimento de talentos sauditas e a transferência de habilidades valiosas no setor aeroespacial”, completa.

“Estamos muito satisfeitos com a assinatura desse acordo com a SAMI. Esse é o primeiro passo para avançar na cooperação em Defesa e Segurança envolvendo as cadeias de produção entre os dois países. Com esse Memorando de Entendimento, a Embraer avança ainda mais em um mercado estratégico. Trabalharemos para agregar valor para a indústria local, para a Royal Saudi Air Force e para o Reino da Arábia Saudita”, afirma Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

O Memorando de Entendimento reforça os esforços da SAMI em empoderar talentos locais e contribuir para a Saudi Vision 2030 nos objetivos de ampliar o conteúdo local no setor de defesa do Reino da Arábia Saudita.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em uma rede social que a estatal também está “avançando em parcerias com os colegas sauditas, para garantir que possamos trabalhar conjuntamente em projetos de segurança, acessibilidade e sustentabilidade energética”. O executivo participou na quarta-feira, 29, da mesa de debates do Fórum Empresarial Arábia Saudita-Brasil, em Riad, na Arábia Saudita, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo brasileiro está na região para participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, a partir de quinta-feira, 30.

O evento em Riad, promovido pela Apex Brasil, reuniu as principais empresas e entidades brasileiras e sauditas para promover a prospecção econômica entre ambos os países.

“Na mesa sobre energia, defendi que o Brasil possui grande potencial na liderança operacional da transição energética, que já está em curso. Nosso País detém uma matriz energética e elétrica importantemente renovável. E isso serve tanto de desafio como de referência para nossas relações com a Arábia Saudita e demais países”, disse Prates.

No encontro, o presidente Lula também convocou a Arábia Saudita a avaliar parcerias na área de fertilizantes.

O Brasil é o maior importador do insumo, ao mesmo tempo que é um dos maiores fornecedores de alimentos do planeta. A Petrobras possui quatro fábricas de fertilizantes, sendo uma em construção, a UFN III, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, que chegou a ter a venda anunciada pelo governo Bolsonaro para o grupo russo Acron, mas não foi adiante; e outras três que foram hibernadas (Fafen-PR) e arrendadas (Fafen-BA e Fafen-SE) entre 2019 e 2020.

Segundo Prates, a intenção da Petrobras agora é retomar todas as unidades. A primeira que deverá voltar à operação é a unidade do Paraná, que está hibernando, e conversas já estão sendo feitas para possíveis projetos conjuntos nas fábricas arrendadas na Bahia e Sergipe. Já a fábrica de Três Lagoas tem previsão de iniciar a operação em 2028, com possibilidade de ter o prazo antecipado.