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SP terá ponto facultativo na terça para ‘minimizar’ efeitos de greve

Segundo o Executivo, serviços de segurança pública não serão afetados, assim como os restaurantes e postos móveis do Bom Prato.

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27 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
SP terá ponto facultativo na terça para ‘minimizar’ efeitos de greve
Greve dos metroviários ocasionou ponto facultativo nesta terça

Com a expectativa de greve dos sindicatos de trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp – em razão dos planos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar as companhias – o governo do Estado determinou ponto facultativo em todos os serviços públicos estaduais da capital na terça-feira, 28.
“A medida visa a reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve”, diz nota do governo.

Segundo o Executivo, serviços de segurança pública não serão afetados, assim como os restaurantes e postos móveis do Bom Prato. Consultas em Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) da capital e em outras unidades de saúde terão seus reagendamentos garantidos, assim como nos postos do Poupatempo.

Os estudantes inscritos no Provão Paulista, cujo exame começaria na terça, tiveram suas provas reagendadas para a partir do dia 29. Os profissionais da educação estão excepcionalmente excluídos do ponto facultativo, já que estarão envolvidos na preparação do Provão.

O texto destaca que mesmo com a greve, as linhas concedidas do metrô e trens, como as Linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, vão funcionar normalmente. Na última greve, Tarcísio destacou as linhas como um exemplo dos benefícios da privatização. No entanto, a linha 9-Esmeralda, citada pelo governador, apresentou uma série de falhas no dia da greve. O fato municiou a oposição no discurso contra a privatização tanto do transporte público, quanto do serviço de saneamento.

Por determinação da Justiça, 70% dos trens da CPTM deverão operar nos horários de pico e 50% nos demais períodos, sob pena diária de R$ 30 mil ao sindicato. O governo também protocolou um pedido de tutela antecipada na Justiça contra a paralisação pelos metroviários. O pedido do Metrô, que ainda aguarda decisão final do Judiciário, obriga a presença de 100% dos funcionários do sistema de transporte durante os horários de pico e de pelo menos 80% no restante do dia.

A paralisação é puxada por trabalhadores de diversos setores do funcionalismo público do estado de São Paulo. Eles protestam contra os projetos de privatização de serviços públicos em andamento (Sabesp, Metrô, CPTM) liderados pelo governador Tarcísio de Freitas.

Mais de 40 entidades estão mobilizadas, incluindo trabalhadores do Metrô, CPTM e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Eles já fizeram uma greve em 3 de outubro com a mesma reivindicação. Os sindicatos pedem que seja realizado um plebiscito para ouvir a população sobre a concessão à iniciativa privada.

Assembleia unificada está marcada para esta segunda-feira (27), às 16h, com votação simbólica da greve de terça.

A Sabesp é a maior preocupação das entidades neste momento, principalmente depois de o projeto de lei que autoriza a desestatização da empresa ter recebido aval durante reunião conjunta de comissões da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na quarta-feira (22), ficando disponível para a discussão em plenário. Com 27 votos favoráveis, o relatório feito pelo deputado Barros Munhoz (PSDB) foi acatado pelos parlamentares. 

A proposta deu entrada na Casa no dia 18 de outubro e, durante o período em que esteve em pauta, recebeu 173 emendas, que propõem acrescentar ou alterar dispositivos da matéria, e quatro substitutivos contrários à desestatização da companhia. O texto foi analisado pelas comissões de Constituição, Justiça e Redação; Finanças, Orçamento e Planejamento; e Infraestrutura da Alesp.