Economia
Mercado fitness

Mubadala Capital assume controle da Bluefit

A Bluefit é a segunda maior rede de academias do Brasil, com cerca de 140 unidades em 17 Estados e aproximadamente 380 mil alunos ativos.

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01 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
Mubadala Capital assume controle da Bluefit
A gestora de ativos Mubadala Capital anunciou o fechamento da compra da rede de academias Bluefit por R$ 464,1 milhões.

A gestora de ativos Mubadala Capital anunciou o fechamento da compra da rede de academias Bluefit por R$ 464,1 milhões. Parte dos recursos será destinada à aquisição de ações e, outra, será usada para financiar a expansão da rede pelo País. Com o acordo, que havia sido anunciado em setembro, o Mubadala Capital adquiriu 51% dos papéis da companhia.

A Bluefit é a segunda maior rede de academias do Brasil, com cerca de 140 unidades em 17 Estados e aproximadamente 380 mil alunos ativos. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia aprovado o negócio.

“O segmento fitness está em expansão no Brasil, um dos maiores mercados do mundo”, afirma Oscar Fahlgren, CIO do Mubadala Capital e presidente do Mubadala Capital no Brasil. “Nossa chegada soma forças à empresa, vislumbrando grandes possibilidades de crescimento.”

A companhia chegou a tentar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3 em 2021, mas desistiu dos planos com a piora do mercado. À época, a empresa planejava captar R$ 600 milhões junto a investidores, de acordo com fontes envolvidas na operação.

No primeiro semestre, a Bluefit teve prejuízo líquido de R$ 1 milhão, melhora em relação à perda de R$ 3,182 milhões vista no mesmo intervalo de 2022. A companhia teve crescimento de 54% na receita, para R$ 148,4 milhões, com a recuperação do mercado de academias após a pandemia da covid-19 e o aumento da base de alunos.

Por outro lado, o endividamento líquido da rede aumentou 21,6% em um ano, para R$ 86,7 milhões. No balanço, a Bluefit afirmou que o aumento da dívida veio da incorporação de unidades da Shift Fitness, e da emissão de debêntures realizada em agosto do ano passado.

A principal concorrente da Bluefit, a Smartfit, é listada na Bolsa brasileira. Dois fundos soberanos estão em sua base de acionistas: o CPPIB, do Canadá, e o GIC, de Cingapura. Os controladores, porém, são a família Corona e o fundo Pátria, com 47,6% do capital.

A Mubadala Capital realizou também o fechamento do contrato do seu segundo fundo de investimento emblemático no Brasil, Fundo de Oportunidades Especiais II (“BSOF II”), com compromissos totais superiores a US$ 710 milhões. O BSOF II levantou capital com sucesso de um conjunto diversificado de investidores globais, incluindo um importante fundo de pensão público, family offices, empresas, fundos de private equity e gestores de ativos na América do Norte, Europa, Oriente Médio e Ásia.

Oscar Fahlgren, diretor de investimentos da Mubadala Capital e chefe da estratégia do Brasil, disse que a consumação do segundo fundo brasileiro marca um histórico de uma década de funcionamento e investimento bem-sucedido no Brasil.

“Nossas equipes desenvolveram uma vasta experiência na avaliação e conclusão de investimentos complexos, mesmo em situações em que o ambiente macroeconômico nem sempre é favorável. Acreditamos que o sucesso desta captação de recursos é uma prova da nossa estratégia de investimento consistente e da força de nossa equipe de investimento local que procura continuamente gerar resultados positivos para nossos investidores. Claro, nada disso seria possível sem o apoio de nossos parceiros existentes e novos e limitados que nos confiaram seu capital.”

O BSOF II continuará sua estratégia de investir principalmente em posições de controle em empresas maduras que estão enfrentando alguma forma de complexidade ou angústia, mas onde os fundamentos dos negócios subjacentes são convincentes. Essa estratégia permite que o BSOF II adquira esses negócios em pontos de entrada atraentes, criando uma margem de segurança no fechamento da transação que reduz a dependência do BSOF II dos ciclos econômicos do Brasil, incluindo a depreciação da moeda, mantendo a exposição positiva associada a uma economia em crescimento. O BSOF II busca situações em que o valor pode ser criado imediatamente após o fechamento da transação, pois qualquer complexidade subjacente é normalmente imediatamente resolvida, criando um caminho para fornecer fortes retornos ajustados ao risco aos nossos investidores.

A Mubadala Capital foi o primeiro fundo soberano a administrar capital em nome de investidores institucionais terceirizados. A organização gerencia US$ 20 bilhões no agregado em seus próprios investimentos em balanço e veículos de capital de terceiros em seus negócios de Private Equity, Solutions, Venture Capital e Brasil. O crescimento da Mubadala Capital como uma empresa global de gestão de ativos, com sede em Abu Dhabi e foco em atividades de investimento internacional, é mais um testemunho da abordagem empreendedora de Mubadala para a construção de negócios e uma diversificação contínua longe da dependência de recursos naturais.