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EUA miram Irã com novas sanções, na tentativa de cortar financiamento para o Hamas

As novas sanções destacam o papel do Irã em fornecer ajudar financeira, logística e operacional ao Hamas, segundo comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA.

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27 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
EUA miram Irã com novas sanções, na tentativa de cortar financiamento para o Hamas
O anúncio veio após o vice-secretário do Tesouro americano, Wally Adeyemo

Os Estados Unidos ampliaram esforços de cortar o financiamento para o Hamas na sexta-feira, 27, ao anunciar uma segunda rodada de sanções contra indivíduos e organizações ligadas ao grupo extremista palestino, que no último dia 7 lançou um ataque contra Israel que matou mais de 1.400 pessoas.

As novas sanções destacam o papel do Irã em fornecer ajudar financeira, logística e operacional ao Hamas, segundo comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA. Os alvos incluem um representante do Hamas no Irã e membros do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.

O anúncio veio após o vice-secretário do Tesouro americano, Wally Adeyemo, viajar para Londres para angariar mais apoio do Reino Unido, um dos aliados mais próximos dos EUA, na tentativa de drenar o financiamento do Hamas, que ambos os países consideram ser uma organização terrorista.

“A ação destaca o compromisso dos EUA em desmantelar as redes de financiamento do Hamas, mobilizando nossas autoridades de sanções antiterroristas e trabalhando com nossos parceiros globais para impedir que o Hamas explore o sistema financeiro internacional”, disse Adeyemo.

Entre os alvos das sanções estão Khaled Qaddoumi, que é visto como intermediário do Hamas e do governo iraniano, e Ali Morshed Shirazi e Mostafa Mohammad Khani, oficiais da Força Qods do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica acusados de treinar e ajudar combatentes do Hamas.

Os EUA impuseram sanções também a uma série de organizações, incluindo a iraniana Bonyad Shahid, também conhecida como Fundação dos Mártires. Autoridades americanas dizem que o grupo, afiliado à Jihad Islâmica Palestina, destina milhões de dólares através da Associação de Caridade Al-Ansar, com sede em Gaza, para as famílias dos militantes.

As sanções congelam quaisquer ativos baseados nos EUA pertencentes ou controlados pelos indivíduos e organizações punidos. Também bloqueiam transações financeiras e proíbem a contribuição em fundos, bens e serviços.

Na quinta, 26, os EUA bombardearam duas bases na Síria supostamente ligadas a grupos iranianos. E na sexta, os militares americanos lançaram ataques aéreos em dois locais no leste da Síria ligados ao Corpo da Guarda Revolucionária do Irã. A ofensiva é uma retaliação a uma série de ataques de drones e mísseis contra alvos dos Estados Unidos na região.

Em comunicado, o secretário da Defesa americano, Lloyd Austin, disse que “os ataques de autodefesa de precisão são uma resposta a uma série de ataques contínuos e, na sua maioria, malsucedidos, contra pessoal dos Estados Unidos no Iraque e na Síria, por grupos de milícias apoiados pelo Irã, que começaram em 17 de outubro”.

Segundo Austin, o presidente Joe Biden quis deixar claro com a resposta “que os Estados Unidos não tolerarão tais ataques e defenderão a si mesmos, seu pessoal e seus interesses”. O secretário de Defesa acrescentou que a operação é separada e distinta da guerra de Israel contra o Hamas.

De acordo com o Pentágono, já foram realizados ao menos 12 ataques a bases e pessoal dos Estados Unidos no Iraque e outros quatro na Síria. O porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, disse que 21 militares americanos ficaram feridos em dois episódios.