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Contra-ataque

Ataques ao Hamas na Faixa de Gaza se intensificam

O porta-voz do exército israelense, Richard Hecht, afirmou que a caça ao Hamas está demorando mais do que o esperado por causa de brechas na fronteira.

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09 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Ataques ao Hamas na Faixa de Gaza se intensificam
Rotina de violência e destruição em Israel desde sábado

Depois de declarar guerra e prometer destruir o Hamas, Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza na segunda-feira, 9. Ao mesmo tempo, soldados israelenses tentavam proteger a fronteira e expulsar os membros do grupo islâmico que ainda permanecem na região.

O porta-voz do exército israelense, Richard Hecht, afirmou que a caça ao Hamas está demorando mais do que o esperado por causa de brechas na fronteira. “Pensávamos que estaríamos em uma situação melhor na segunda pela manhã”, disse Hecht. Os combates ocorrem em “sete a oito” locais no sul de Israel.

Os militares israelenses disseram já ter atingido mais de mil alvos na Faixa de Gaza. O contra-ataque inclui bombardeios, como que arrasou grande parte da cidade de Beit Hanoun, no nordeste da Faixa de Gaza. “Continuaremos a atacar desta forma, e com esta força, continuamente, em todos os locais e rotas utilizadas pelo Hamas”, disse o contra-almirante israelense Daniel Hagari.

Pelo menos 700 pessoas foram mortas em Israel desde sábado, 7, quando começou a ofensiva do Hamas. Em Gaza, já são 400 vítimas. O grupo islâmico diz manter mais de 130 prisioneiros. As tropas israelenses atiraram e mataram vários homens armados que cruzaram o país vindos do Líbano, disseram as Forças de Defesa de Israel, sem especificar o número de pessoas mortas nem sua suposta afiliação.

A mídia local citou autoridades do Hezbollah na segunda-feira negando seu envolvimento no incidente na fronteira. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, elogiou o principal aliado, o Hamas, por sua incursão sem precedentes no fim de semana em Israel, mas não disse se tentaria unir forças.

De acordo com a Agência Nacional de Notícias estatal do Líbano, quatro homens armados cruzaram a fronteira sul do Líbano para o território israelense a partir da cidade fronteiriça de Dahaira antes de se depararem com uma posição da Defesa israelense.

O Hezbollah disparou foguetes no domingo contra posições israelenses em território disputado no sul do Líbano. O alto representante do Hezbollah, Hashim Safieddine, disse mais tarde que a salva tinha a intenção de “enviar uma mensagem”.

O ministério da Defesa de Israel ordenou um “cerco completo” à Faixa de Gaza na segunda-feira, 9, impedindo a entrada de alimentos, combustível e suprimentos aos seus 2,3 milhões de habitantes, enquanto atacavam o território governado pelo Hamas com ondas de ataques aéreos em retaliação à sangrenta incursão dos militantes no fim de semana.

Mais de dois dias depois de o Hamas ter lançado o seu ataque surpresa a partir de Gaza, os militares israelitas afirmaram que conquistaram, em grande parte, o controle das cidades do sul, onde lutavam contra os homens armados do Hamas.

Tanques e drones foram mobilizados para proteger as brechas na fronteira e evitar novas incursões. Milhares de israelitas foram evacuados de mais de uma dúzia de cidades perto de Gaza e os militares convocaram 300 mil reservistas – uma mobilização massiva num curto espaço de tempo.

As medidas, juntamente com a declaração formal de guerra de Israel no domingo, 8, apontaram para uma mudança cada vez maior de Israel para a ofensiva contra o Hamas, ameaçando com maior destruição na densamente povoada e empobrecida Faixa de Gaza.

Israel ordenou ainda que a Chevron encerrasse a produção de gás natural em uma das duas principais plataformas offshore que opera no país. A plataforma Leviathan, a outra grande instalação de gás offshore que a Chevron opera, continua a enviar gás para Israel e outros lugares para exportação.

“Nossa principal prioridade é a segurança de nosso pessoal, das comunidades onde operamos, do meio ambiente e de nossas instalações”, afirmou a empresa.

O fechamento de uma plataforma que produz cerca de 1 milhão de pés cúbicos de gás natural por dia não deve prejudicar drasticamente os lucros da Chevron, segundo analistas.

O grupo terrorista Hamas ameaçou, na segunda-feira, 9, matar os civis que estão sendo mantidos reféns em resposta aos bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza. Segundo comunicado do braço armado do grupo, será uma execução para cada bombardeio Acredita-se que haja cerca de 150 israelenses sendo mantidos reféns na Faixa de Gaza desde a incursão ao território de Israel.

Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Qassam, braço armado do Hamas disse em um áudio divulgado na noite desta segunda, 9, (início da tarde no Brasil) que a ameaça era uma resposta aos intensos ataques aéreos de Israel em áreas civis.

“Decidimos pôr fim a isto e, a partir de agora, declaramos que qualquer ataque ao nosso povo nas suas casas sem aviso prévio será lamentavelmente confrontado com a execução de um dos civis que mantemos como reféns”, disse ele.

Numa declaração em vídeo, o ministro das Relações Exteriores de Israel alertou o Hamas contra ferir qualquer um dos reféns que foram retirados de Israel e mantidos em Gaza. Eli Cohen disse que Israel está empenhado em trazer os reféns para casa “no espírito de responsabilidade mútua”.

“Exigimos que o Hamas não prejudique nenhum dos reféns, disse Cohen. “Este crime de guerra não será perdoado”, acrescentou.