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Taxa de alavancagem

BC chinês identifica bancos críticos e exige cumprimento de regras de capital

Em nota, o PBoC afirma que realizará supervisões adicionais destas instituições sistemicamente importantes junto ao órgão de Supervisão Financeira do Estado e do Escritório de Administração da China.

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23 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
BC chinês identifica bancos críticos e exige cumprimento de regras de capital
O reforço na supervisão das instituições ocorre em meio a problemas no setor imobiliário da China, que pressionam a recuperação econômica do país e levantam preocupações sobre contágio do sistema financeiro.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) divulgou na sexta-feira, 22, uma lista com diversos bancos considerados sistemicamente importantes para estabilidade financeira do país e exigiu o cumprimento das regras de capital adicional como estipulado por órgãos reguladores.

Em nota, o PBoC afirma que realizará supervisões adicionais destas instituições sistemicamente importantes junto ao órgão de Supervisão Financeira do Estado e do Escritório de Administração da China.

Além das exigências de capital, o BC pediu que os bancos atendam requisitos adicionais de taxas de alavancagem, reforcem resistência ao risco e capacidade de absorção de perdas, otimizem a gestão macroprudencial e a supervisão microprudencial.

Todas as medidas objetivam o desenvolvimento estável e saudável dos bancos e a consolidação da estabilidade no setor financeiro para apoiar a economia real, segundo o comunicado.

Entre os 20 bancos domésticos listados, foram identificados seis bancos comerciais estatais, nove bancos comerciais por ações e cinco bancos comerciais municipais. As instituições foram divididas em cinco grupos de acordo com notas de importância, de baixa a alta.

O reforço na supervisão das instituições ocorre em meio a problemas no setor imobiliário da China, que pressionam a recuperação econômica do país e levantam preocupações sobre contágio do sistema financeiro. Contudo, o Nomura analisa em relatório que o “pior para os bancos” ficou para trás, projetando que as instituições devem receber apoio do relaxamento para compras de moradia e do próprio anúncio do PBoC reforçando aos bancos a necessidade de manter capital adicional.

Os governos municipais das cidades de Xangai e Pequim anunciaram o relaxamento de regras para investimento estrangeiro direto (IED), em movimento para atrair empresas e apoiar a recuperação econômica da China.

Xangai informou que está implementando diversas medidas para promover a abertura em zonas de livre comércio, seguindo “alinhamento com padrões internacionais”. Entre elas, investidores da zona de livre comércio de Xangai e da área de Lingang poderão transferir e receber investimentos do exterior sem atrasos ou restrições – por exemplo, sobre o montante em dinheiro, frequência das transações, etc.

Pequim também divulgou um esboço incluindo medidas semelhantes na quarta-feira, 20, e que deve passar por análise da população até 19 de outubro antes do desenvolvimento da versão final. Segundo a nota, o governo municipal pretende melhorar o gerenciamento do investimento estrangeiro e promover o desenvolvimento de “alta qualidade” da economia de capital aberto na China.

Na quarta-feira, o Conselho de Estado da China decidiu adotar iniciativas para acelerar a industrialização chinesa e a recuperação da economia de forma sustentada, em reunião presidida pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang. Nela, o Conselho pediu que governos provinciais resolvam problemas de produção, operação e investimentos para estimular a recuperação econômica, por meio do desenvolvimento de políticas, planejamento geral e supervisão.

Ainda no começo da semana, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) também se reuniu com empresas estrangeiras – incluindo os bancos JPMorgan, HSBC e Deutsche Bank – para discutir o financiamento a empresas locais.