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Definição dos juros

Bolsas da Europa recuam, com cautela pré-Fed

O mercado acionário francês teve o pior desempenho entre os principais do velho continente, com ações do banco Société Générale caindo 12% e pressionando o índice CAC 40.

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18 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa recuam, com cautela pré-Fed
Traders operam na Bolsa de Valores de Nova York 17/02/2023 REUTERS/Brendan McDermid

As bolsas da Europa fecharam em baixa na segunda-feira, 18, em dia de agenda esvaziada, com clima de cautela antes das decisões de política monetária dos bancos centrais britânico e norte-americano nesta semana. O mercado acionário francês teve o pior desempenho entre os principais do velho continente, com ações do banco Société Générale caindo 12% e pressionando o índice CAC 40.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,76%, aos 7652,94 pontos; em Frankfurt, o DAX recuou 1,05%, aos 15727,12 pontos; em Paris, o CAC 40 cedeu 1,39%, aos 7276,14 pontos; em Milão o FTSE MIB caiu 1,07%, aos 28585,86 pontos; em Madri, o Ibex 35 teve queda de 0,71% aos 9482,10 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 perdeu 1,24% aos 6126,96 pontos. As cotações são preliminares.

A iminência das reuniões dos conselhos do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pressiona o apetite por risco na Europa, após o Banco Central Europeu (BCE) elevar juros na semana passada.

“Temos uma grande semana pela frente com as decisões sobre taxas de juros de BCs, o que pode, compreensivelmente, deixar os investidores um pouco apreensivos”, disse o diretor de Investimentos da AJ Bell, Russ Mold, em nota.

Em Paris, o papel da Casino fechou com queda de 8,56%, após o regulador de mercado da França revelar que multou a Rallye, a holding company por trás do Casino, pela divulgação de informações falsas ou enganosas sobre sua posição financeira.

Já a ação do Société Générale cedeu 12% depois de o banco detalhar novo plano estratégico até 2026 que mira receita praticamente estável ao longo dos próximos anos.

Em Londres, onde é esperado que o BoE determine uma alta de juros de 25 pontos-base, empresas relacionadas ao mercado imobiliário estavam em baixa, com Land Securities (-3,07%) e Berkeley Group (-2,95%) entre os destaques negativos.

Na contramão do movimento geral, a empresa de mercado online Ocado subiu 3,06% na véspera da divulgação do seu balanço trimestral. Shell, por sua vez, subiu 0,43%, em meio à firme escalada do petróleo.

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa na segunda-feira, 18, demonstrando cautela em uma semana que trará anúncios de política monetária nos EUA, na China e no Japão.

O índice Hang Seng caiu 1,39% em Hong Kong, a 17.930,55 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,02% em Seul, a 2.574,72 pontos, e o Taiex registrou perda de 1,32% em Taiwan, a 16 698,24 pontos. Em Tóquio, não houve negócios devido a um feriado nacional no Japão.

Na China continental, por outro lado, os mercados tiveram modesto desempenho positivo, apagando perdas da sessão anterior, quando foram divulgados indicadores mistos da segunda maior economia do mundo. O Xangai Composto subiu 0,26%, a 3.125,93 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,54%, a 1.921,48 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, devolvendo parte dos fortes ganhos acumulados recentemente. O S&P/ASX 200 caiu 0,67% em Sydney, a 7.230,40 pontos.

Nos próximos dias, o banco central chinês (PBoC) define seus juros principais, conhecidos como LPRs, e são esperados sinais de quando o Banco do Japão (BoJ) poderá começar a sair de sua política ultra-acomodatícia. Para a Capital Economics, o BC japonês só deverá anunciar alta de juros na primeira reunião de 2024, em janeiro.