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Aperto monetário

Bolsas da Europa fecham em alta após dados na China

Também no radar, projeções da União Europeia (UE) fortaleceram especulações de uma possível pausa no ciclo de alta de juros do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana.

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11 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta após dados na China
Os mercados europeus também se ajustaram para a decisão monetária do BCE na quinta-feira.

As bolsas da Europa fecharam em alta na segunda-feira, 11, após sinais de estabilização da economia chinesa. Também no radar, projeções da União Europeia (UE) fortaleceram especulações de uma possível pausa no ciclo de alta de juros do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,25%, aos 7496,87 pontos; em Frankfurt, o DAX subiu 0,39%, aos 15800,99 pontos; em Paris, o CAC 40 subiu 0,52%, aos 7278,27 pontos; em Milão o FTSE MIB avançou 1,03%, aos28525,10 pontos; em Lisboa, o PSI 20 ganhou 0,42%, aos 6155,99 pontos e, em Madri, o Ibex 35 teve elevação de 0,73%, os 9.435,20 pontos. As cotações são preliminares.

As ações de mineradoras se destacaram em Londres, na esteira de novos estímulos expansionistas e leituras de inflação ao consumidor e empréstimos bancários na China, que sugeriram estabilização da economia. Rio Tinto subiu 3,67%, Anglo American avançou 2,52%, Antofagasta ganhou 3,17% e Glencore, 2,46%.

Os mercados europeus também se ajustaram para a decisão monetária do BCE na quinta-feira. A consultoria Conversa descreveu como pano de fundo um cenário de dados econômicos fracos e expectativas crescentes que o banco central pode ter terminado de subir os juros.

Publicadas na segunda-feira, as projeções econômicas pela Comissão Europeia – braço executivo da União Europeia (UE) vieram aparentemente em linha essa perspectiva, ao preverem desaceleração em 2023 e 2024.

O economista-chefe de Europa da T. Rowe Price, Tomasz Wieladek, disse que um aperto monetário adicional nesta reunião seria contraproducente. “Eu espero uma pausa do BCE nesta reunião”, ressaltou.

Além disso, o comissário para a Economia da UE, Paolo Gentiloni, disse que ainda não via um quadro de “estagflação” na região, ao repercutir a pesquisa – o que também pode estar suscitando otimismo.

Entre outros setores em destaque nas bolsas, os bancos ganham força, sobretudo na Itália, onde foi noticiado pelo Corriere della Sera que o governo está considerando fazer alterações na nova taxação sobre lucros bancários proposta mês passado. O Intesa Sanpaolo ganhou 2,55% e o UniCredit, 1,93%.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única na segunda-feira, 11, enquanto investidores avaliaram novos dados econômicos chineses e comentários sobre o possível abandono da política de juros negativos no Japão.

Na China continental, o dia foi de ganhos após a última leva de indicadores locais apontarem sinais de estabilidade. O índice acionário Xangai Composto subiu 0,84%, a 3.142,78 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,90%, a 1.952,91 pontos.

Pesquisa do fim de semana mostrou que os preços ao consumidor chinês subiram 0,1% na comparação anual de agosto, menos que o esperado, após caírem 0,3% em julho. Os bancos da China, por sua vez, liberaram mais empréstimos do que se previa no mês passado.

Já em Tóquio, o Nikkei caiu 0,43% para 32 467,76 pontos, à medida que o iene saltou ante o dólar e o rendimento do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos atingiu o maior nível desde janeiro de 2014, a 0,705%, após o presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, dizer em entrevista que acabar com a atual política de juros negativos será uma opção se os ganhos dos preços parecerem sustentáveis. No índice Nikkei, quedas nas ações de imobiliárias e de tecnologia mais do que compensaram um avanço nos papéis de bancos.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng recuou 0,58% em Hong Kong, a 18.096,45 pontos, pressionado por ações do setor imobiliário, após relatos de que o gigante bancário HSBC pretende elevar taxas de hipoteca no território semiautônomo, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,36% em Seul, a 2.556,88 pontos, interrompendo uma sequência de quatro pregões negativos, e o Taiex ficou no vermelho em Taiwan, com declínio de 0,86%, a 16 432,95 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana teve desempenho positivo, ajudado por ações de gestores de fundos e bancos. O S&P/ASX 200 garantiu alta de 0,50% em Sydney, a 7.192,30 pontos. Ao longo da semana, a atenção de investidores na Ásia e no Pacífico vai se voltar para os últimos números de inflação dos EUA, assim como os de indústria e varejo da China.