País
Limite de emissões

Governo deve publicar nova fase do Rota 2030 em setembro

O anúncio é considerado fundamental para a definição do novo ciclo de investimentos dos fabricantes de veículos.

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05 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Governo deve publicar nova fase do Rota 2030 em setembro
Presidente da ANFAVEA, Flavio de LIma Leite e a vice-presidente, Ana Helena Andrade, durante coletiva à imprensa. Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

A Anfavea, entidade que representa as montadoras, prevê a publicação neste mês da segunda fase do Rota 2030, como é chamado o regime que define as regras, como limites de emissões, a serem observadas pela indústria automotiva, bem como os incentivos para a introdução de novas tecnologias no País. O anúncio é considerado fundamental para a definição do novo ciclo de investimentos dos fabricantes de veículos.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a próxima reunião sobre o tema com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está marcada para a próxima segunda-feira, 11. “A previsão é de que em setembro seja publicado o Rota”, disse Leite.
Na última quinta-feira, durante seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, já tinha adiantado que a assinatura da nova etapa do programa aconteceria “nos próximos dias”.

A direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras, abriu na terça-feira, 5, a apresentação dos resultados mensais do setor destacando a reação do crédito destinado à aquisição de veículos. Em julho, quando o mercado já trabalhava com a perspectiva firme de abertura do ciclo de cortes dos juros básicos, confirmada no início de agosto, o crédito para veículos, nas linhas para pessoa física, subiu 21% na comparação com o mesmo mês de 2022.

Os dados, divulgados pelo Banco Central (BC), foram levados para a entrevista coletiva da Anfavea. Segundo o presidente da entidade, a reação do crédito ainda é pequena, mas representa uma sinalização positiva, principalmente quando se considera que a Selic continuará caindo.

Leite fez uma avaliação positiva tanto do resultado da produção em agosto, que subiu 24% no mês após o ajuste de estoques em julho, quanto do desempenho das vendas, que caiu 7,9%, também na margem, mas mostrou o segundo maior volume do ano, apesar do fim dos descontos patrocinados pelo governo.

O presidente da Anfavea informou que nenhuma fábrica parou no mês passado, exceção às montadoras que mantiveram esquemas de produção reduzida, como unidades da General Motors (GM), Renault e Volkswagen. “A ausência de paradas de fábricas é um sinal muito positivo em função do que vivemos nos últimos anos por razões distintas”, declarou Leite, referindo-se a paradas ocasionadas ou por falta de peças ou por redução das vendas.

Com a produção e vendas em direções opostas, os estoques de veículos voltaram a subir, chegando a 244,7 mil unidades, ou o suficiente a 35 dias de venda. Um mês atrás, os estoques em pátios de montadoras e concessionárias estavam em 198,8 mil veículos, volume que cobria 29 dias de venda. Apesar de os estoques estarem no maior volume em três meses, Leite pontuou que este nível é bem inferior ao de antes da pandemia.