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Lane diz que CPI trouxe alguma desaceleração da inflação

O economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmou que a leitura preliminar da semana passada do índice de preços ao consumidor da zona do euro trouxe mudança “relativamente pequena”

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05 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Lane diz que CPI trouxe alguma desaceleração da inflação
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou que a leitura preliminar da semana passada do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro trouxe mudança “relativamente pequena”, mas com “alguma desaceleração nos elementos do núcleo da inflação”.

Ele notou que se trata de apenas um mês e que é preciso que o movimento de perda de fôlego prossiga. “Nós precisamos ver se isso continua”, resumiu. Segundo ele, no primeiro semestre houve perda de fôlego nos preços de petróleo e gás. Ao mesmo tempo, disse que o segmento de energia “continua como uma importante fonte de incerteza”.

No CPI da semana passada na zona do euro, Lane viu ainda “algum relaxamento na inflação de bens e na de serviços, o que é algo bem-vindo”. A autoridade do BCE lembrou que a instituição teve de levar os juros “a um território restritivo”, para “evitar um comportamento pró-inflacionário”. Na entrevista, ele não adianta qual pode ser a próxima decisão do BCE.

O banco publicou na terça-feira, 5, pesquisa de expectativa dos consumidores da zona do euro relativa a julho, a qual mostra que as expectativas para a inflação ao consumidor nos próximos 12 meses estavam inalteradas ante o mês anterior, em 3,4%. Já para os próximos três anos ela havia crescido levemente, de 2,3% em junho a 2,4% em julho.

A taxa mediana de inflação percebida nos últimos 12 meses seguiu em 8,0% pelo terceiro mês consecutivo. A sondagem mostra também que o nível de incerteza sobre as expectativas de inflação nos próximos 12 meses ficou estável em julho pelo segundo mês seguido.

A expectativa para o crescimento econômico na região nos próximos 12 meses estava “um pouco mais negativa”, segundo o BCE, de contração de 0,6% projetada em junho a um recuo de 0,7%. Já a expectativa para a taxa de desemprego na zona do euro em 12 meses ficou estável em julho, em 11,0%.

Na terça-feira, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro caiu de 48,6 em julho a 46,7 na leitura final de agosto, na mínima em 33 meses. Analistas ouvidos pela FactSet projetavam 47,0. O PMI de serviços teve baixa de 50,9 em julho a 47,9 em agosto, na mínima em 30 meses. A expectativa dos analistas, neste caso, era de 48,3. Com isso, o PMI de serviços está abaixo de 50, o que marca a diferença entre contração e expansão na pesquisa.

Na Alemanha, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto caiu de 48,5 em julho a 44,6 na leitura final de agosto. Com isso, o resultado atingiu mínima desde maio de 2020 e ficou mais distante da marca de 50, que separa contração da expansão na pesquisa.

Apenas no setor de serviços, o PMI recuou de 52,3 em julho a 47,3 em agosto, número em linha com a previsão dos analistas ouvidos pela FactSet. O relatório do dado aponta que o setor de serviços do país sofreu contração pela primeira vez em oito meses, em quadro ainda de pressões inflacionárias “teimosamente elevadas”.