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Reflorestamento

Lula promete recuperação dos afluentes do São Francisco

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na segunda-feira que é possível fazer uma “grande política de reflorestamento”.

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14 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Lula promete recuperação dos afluentes do São Francisco
A avaliação positiva do governo Lula é a maior desde o início da gestão.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na segunda-feira que é possível fazer uma “grande política de reflorestamento”. Ele também mencionou uma eventual ação de recuperação dos afluentes do Rio São Francisco.

“Recuperar as matas ciliares do São Francisco e recuperar os afluentes do São Francisco é uma coisa tão importante quanto a própria transposição”, declarou o presidente da República. “O São Francisco tem muitos afluentes que já morreram. Vamos tentar, num processo de recuperação, ver se a gente recupera esses afluentes. Aí, nós temos que reviver a floresta, vamos ter que plantar outra vez um monte de coisa e fazer uma grande política de florestamento nesse país, onde é possível fazer”, disse Lula.

E explicou: “Isso gera emprego, isso vai ajudar o pequeno e médio produtor rural a fazer mudas para que a gente possa reflorestar esse país onde for possível reflorestar.”

Lula deu as declarações no programa Conversa com o Presidente, produzido pela EBC. É uma espécie de live do presidente da República. Normalmente, a peça é transmitida às terças-feiras. Nesta semana, foi realizada na segunda-feira porque, na terça, Lula estará no Paraguai para a posse do presidente eleito do país, Santiago Peña

O presidente disse ainda que a ideia do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é baixar o chamado ‘custo Brasil’, e que será necessário muito dinheiro para isso. “Queremos fazer as rodovias, as ferrovias que precisam ser feitas nesse país, vai precisar de muito dinheiro. Queremos baixar o custo Brasil, melhorando as condições de infraestrutura em todo território nacional”, disse o presidente da República. Ele também afirmou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, começará a viajar pelo País para apresentar o novo PAC nos Estados.  

O presidente mencionou ainda a menina de 5 anos morta por uma bala perdida no Rio de Janeiro no último sábado, 12. Também declarou que a polícia não pode “sair atirando a esmo”.

“Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado, essa bala não se perdeu, essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de 5 anos de idade”, disse Lula. “Onde a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência? E muitas vezes é a própria polícia que atira”, completou o petista.

“Quando a gente fala assim, as pessoas pensam que nós somos contra a polícia. Nós não somos contra a polícia, não. Queremos policiais bem preparados, bem instruídos, com bastante inteligência. O que não pode é sair atirando a esmo sem saber para onde atira”, disse ele.

Lula também criticou o porte de armas pela população. A liberalização das armas foi uma marca do governo de Jair Bolsonaro, e agora Lula tenta reverter a política.

“Quem é que quer comprar arma? É o crime organizado e algumas pessoas que não querem fazer bem para ninguém”, disse o presidente. “Tem gente que gosta de sair armado mostrando que é poderoso. Não, é um covarde. Quem anda armado é um covarde. Tem medo. Se você não tiver medo e você for do bem, não tem que andar armado”, declarou o petista.

O presidente disse que os países ricos precisam pagar para os países pobres preservarem florestas. “Os países ricos tiveram sua introdução na revolução industrial bem antes que o Brasil, então eles são responsáveis pela poluição do planeta muitos antes de nós. Eles conseguiram derrubar todas suas florestas muito antes de nós”, declarou.

E acrescentou o presidente: “Agora, o que eles têm de fazer é contribuir financeiramente para que os outros países possam se desenvolver. Nós não queremos ajuda, queremos um pagamento efetivo. É como se tivesse pagando uma coisa que eles devem à humanidade. Eles devem à humanidade a gente preservar as atuais florestas.”

Lula afirmou que os países que têm floresta devem negociar com os países desenvolvidos um valor razoável em fóruns internacionais.

O presidente disse ainda que tem obrigação de conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na sexta, 11, Lira participou da cerimônia de lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro e foi vaiado.

Na própria solenidade, Lula criticou as vaias. Disse que todos os que estavam presentes haviam sido convidados pelo governo, e vaiá-los nessa situação era uma deselegância. Desta vez, Lula também mencionou que o PT sozinho não tem votos no Congresso para garantir governabilidade.

“O ideal seria que você ganhasse as eleições com o partido sozinho, como o PMDB fez em 2006 – na verdade, o petista se referia a 1986”, declarou o presidente. “Mas o dado concreto é que o PT tem 70 votos. A esquerda tem 136 votos. Para aprovar alguma coisa precisa ter 257 votos. Significa que você precisa conversar”, disse Lula.

“Tem gente que fala: ‘vai para a rua!, referência a setores da esquerda que defendem manifestações de rua para pressionar o Congresso. Vai para a rua fazer o quê? Tem que conversar com quem tem voto. Quem é que vai votar? São os partidos políticos que ganharam”, afirmou o petista. “Conversar com Lira é uma obrigação minha, ele é presidente da Câmara.

Os deputados não são obrigados a acatar uma medida provisória que o governo manda ou um projeto de lei sem mudar nada”, declarou o presidente da República. “É normal que os deputados não sejam obrigados a concordar com o governo e queiram mudança, então você discute a mudança. É assim que se faz política”, disse ele.

O presidente da República e o presidente da Câmara negociam a entrada do Centrão no governo. André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) serão ministros, mas falta Lula escolher as pastas que ocuparão.