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Lula diz que tentaram corromper a PRF para pobre não votar

O petista cumpre uma série de compromissos na capital fluminense até sexta-feira, 11, entre eles o lançamento do Novo PAC

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11 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Lula diz que tentaram corromper a PRF para pobre não votar
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de anúncio e formalização da parceria entre o governo Federal e a prefeitura do Rio de Janeiro para investimentos do anel viário de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um dia após a Polícia Federal (PF) prender o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã de quinta-feira, 10, que “tentaram corromper a PRF” para que pobres não votassem.

“Tentaram corromper a PRF para não deixar pobre votar. Eles não contavam que Deus era maior que tudo isso, não contaram que íamos ganhar a eleição”, afirmou Lula em uma cerimônia de anúncio de investimento no Rio de Janeiro.

Alvo da Operação Constituição Cidadã, Silvinei é suspeito de usar a máquina pública para interferir no segundo turno de 2022. As investigações apuram se ele orientou a PRF para concentrar fiscalizações em regiões que votaram majoritariamente em Lula no primeiro turno. O objetivo seria impedir que eleitores chegassem aos locais de votação.

Silvinei é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF vai oferecer delação premiada ao ex-diretor da PRF.
O petista cumpre uma série de compromissos na capital fluminense até sexta-feira, 11, entre eles o lançamento do Novo PAC, a maior aposta do governo federal em investimentos no segundo semestre deste ano.

De acordo com a prefeitura do Rio, estão previstas as construções de dois túneis, um mergulhão, viadutos, vias expressas e um anel viário em Campo Grande, o bairro mais populoso do País localizado na zona oeste do Rio, com cerca de 400 mil moradores. O projeto inclui ainda uma ciclovia de dois quilômetros.

As obras devem contar com o aporte de R$ 1,8 bilhão para recuperar o sistema BRT na cidade e outros R$ 820 milhões para a construção do anel viário.

Os recursos foram obtidos a partir de operações de crédito com o Banco do Brasil, no valor de R$ 1,2 bilhão, e com a Caixa Econômica Federal, de R$ 645 milhões. A previsão é que o BRT opere plenamente com seus quatro corredores com 100% dos ônibus em 2024.

O presidente lamentou também um esvaziamento da Caixa Econômica Federal durante gestão do ex-presidente da instituição Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual e moral a funcionárias do banco estatal.

“A Caixa Econômica, que era um banco altamente importante para o investimento e financiamento, ficou esvaziada (na gestão passada) porque teve um presidente (da instituição) que, em vez de trabalhar, ficava fazendo assédio dentro da Caixa Econômica com as funcionárias”, declarou o petista.

Na esteira das críticas da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula também citou um esvaziamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sob a atual gestão de Aloizio Mercadante.

“Quando Mercante chegou ao BNDES, o BNDES tinha deixado de ser um banco de investimento porque todos os recursos eram devolvidos para o governo central, para o (ex-ministro da Economia Paulo) Guedes fazer não sei o que com o dinheiro”, acrescentou Lula.