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BCE mostra revisões modestas nas expectativas para a inflação

Segundo a entidade, houve revisões modestas nas expectativas para a inflação ao consumidor entre este ano e 2025, com as previsões de mais longo prazo mantidas.

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28 de julho de 2023
Vinicius Palermo
BCE mostra revisões modestas nas expectativas para a inflação
Membro do conselho do BCE, François Villeroy de Galhau

O Banco Central Europeu (BCE) publicou na sexta-feira, 28, pesquisa trimestral que faz com profissionais que realizam projeções. Segundo a entidade, houve revisões modestas nas expectativas para a inflação ao consumidor entre este ano e 2025, com as previsões de mais longo prazo mantidas.

O BCE diz também que a previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro neste ano não mudou, mas ocorreu leve revisão para baixo para os próximos anos. No caso da taxa de desemprego, houve leve revisão para baixo neste ano e no próximo, com manutenção no mais longo prazo.

Os analistas esperam que o índice de preços ao consumidor da zona do euro desacelere a uma alta de 5,5% em 2023, a 2,7% em 2024 e a 2,2% em 2025 (de 5,6%, 2,6% e 2,2% anteriormente, respectivamente). No mais longo prazo, continuam a apontar para crescimento de 2,1%.

Para o PIB real da região, ainda projetam crescimento de 0,6% no ano atual. Para 2024, esperam avanço de 1,1% e, em 2025, de 1,5% (de 1,2% e 1,6% antes, respectivamente). No caso da taxa de desemprego, a expectativa mais recente é que ela esteja em 6,6% neste ano e em 6,7% em 2024 e também em 2025 (de 6,8%, 6,8% e 6,6%, respectivamente).

Membro do conselho do BCE, François Villeroy de Galhau disse que o banco precisa agora ser “perseverante”, a fim de que o aperto monetário seja transmitido e a inflação na zona do euro retorne à meta de 2%. Além disso, defendeu a importância do “pragmatismo”. Segundo ele, as próximas decisões estão “em aberto” e “serão totalmente guiadas pelos próximos indicadores econômicos, como indicou na quinta-feira Christine Lagarde”, a presidente do BCE.

Villeroy de Galhau ainda comentou que dados publicados na sexta-feira no país confirmam a análise do BC da França de que a economia local “está no caminho de uma saída gradual da inflação, sem recessão”. O Produto Interno Bruto (PIB) francês cresceu 0,5% no segundo trimestre ante o primeiro, acima da previsão de alta de 0,2% dos analistas ouvidos pela FactSet.

O dirigente atribuiu a surpresa positiva ao avanço das exportações do período. Ao mesmo tempo, a inflação desacelerou de novo, a 5% em julho no índice harmonizado europeu, após avanço de 5,3% em junho, apontou Villeroy de Galhau.

O teste de estresse conduzido pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) mostrou que os principais bancos da União Europeia (UE), no geral, estão bem posicionados para apoiar a economia mesmo em um cenário hipotético considerado “severo”, em que amargariam até 496 bilhões de euros em perdas.

Três instituições financeiras, no entanto, registraram níveis de capital abaixo das exigências mínimas no contexto pressuposto, mas os nomes delas não foram informados. O teste cobriu 70 bancos em 16 países da UE e da zona do euro, que controlam até 75% dos ativos sob posse do sistema bancário da região.

“A atual incerteza no ambiente macroeconômico mostra a importância de se manter vigilante e a necessidade de que supervisores e bancos estejam preparados para qualquer potencial piora da situação da situação econômica”, ressalta a EBA.