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Minas Gerais exporta primeiro lote de “lítio verde” do país

O mineral é essencial para produção de baterias, ligas metálicas, dispositivos médicos e produção de fármacos, entre outras aplicações.

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28 de julho de 2023
Vinicius Palermo
Minas Gerais exporta primeiro lote de “lítio verde” do país
A remessa enviada na quinta-feira para a empresa chinesa Yahua reúne 15 mil toneladas de lítio de alta pureza e 15 mil toneladas de rejeitos ultrafinos.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, acompanhou, na quinta-feira (27), o embarque para exportação do primeiro lote de “lítio verde”, extraído no Vale do Jequitinhonha, na região nordeste de Minas Gerais. O evento ocorreu no porto de Vitória.

O mineral é essencial para produção de baterias, ligas metálicas, dispositivos médicos e produção de fármacos, entre outras aplicações. O destaque é para a fabricação de baterias de longa duração que equipam veículos elétricos, indústria que vem sendo impulsionada pela transição energética.

A remessa enviada na quinta-feira para a empresa chinesa Yahua reúne 15 mil toneladas de lítio de alta pureza e 15 mil toneladas de rejeitos ultrafinos. Até o final do ano, a estimativa de exportação é de cerca de 130 mil toneladas.

O insumo tecnológico pré-químico de lítio foi produzido pela empresa brasileira Sigma Lithium e foi batizado de “lítio verde” pois a planta de exploração do material não possui barragem de rejeitos. Além disso, a empresa recicla a água utilizada na etapa de purificação do lítio, que não envolve agentes químicos. Os rejeitos são empilhados a seco e também são comercializados para a recuperação dos minerais residuais.

A operação é considerada estratégica para toda a cadeia de insumos de transição energética, de fontes sustentáveis, além de aumentar o valor agregado do produto. Em maio, o Ministério de Minas e Energia (MME) e o governo de Minas Gerais anunciaram o lançamento do projeto Vale do Lítio, em Nova York, com o objetivo de atrair investimentos internacionais na região.

Além da brasileira Sigma Lithium, outras empresas estrangeiras já estão se instalando no nordeste de Minas Gerais.

De acordo com o MME, o Brasil está entre os países com maior potencial de extração de lítio do mundo, assim como o Chile, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Austrália. “O lítio do Brasil, no entanto, oferece diferenciais competitivos que otimizam os investimentos. Ao contrário da maioria dos outros países, o lítio encontrado em Minas Gerais é de alta pureza, facilitando seu uso na fabricação de baterias mais potentes”, explicou a pasta.

A região do Vale do Lítio compreende os municípios de Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul e Virgem da Lapa.

Segundo o MME, esses municípios abrigam a maior reserva brasileira de lítio, compreendendo cerca de 45 depósitos, segundo estudos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil. O órgão também indica que o potencial de cada depósito compreende 20 vezes mais que as reservas minerais de outras regiões, garantindo matéria-prima a longo prazo.

Na quarta-feira, a empresa anunciou que alcançou com sucesso emissões líquidas zero de carbono com a execução bem-sucedida de sua primeira remessa de Triple Zero Lítio Verde e Subprodutos Verdes Triplo Zero.

A Sigma Lithium começou a gerar receita a partir da Fase 1 e espera produzir aproximadamente 130.000 toneladas de Lítio Verde Triplo Zero no ano civil de 2023, à medida que avança para a produção em escala total da Fase 1.

A empresa deve atingir a capacidade total de produção da Fase 2 e 3 em 2024, posicionando-a como uma das maiores indústrias de lítio do mundo.

O aumento da produção da Fase 1 continua avançando, operando atualmente em aproximadamente 75% da placa de identificação

De capacidade de passagem. A Sigma Lithium alcançou recuperações máximas de DMS de 60% e está rastreando em direção a recuperações de projeto de 65%, ao mesmo tempo em que alcança especificações técnicas e pureza esperadas de alta qualidade para o Lítio Verde Triplo Zero da Empresa, alcançando uma produção recente de até 6,4% de Li2O – lítio

concentrado.

A primeira remessa consiste em 15.000 toneladas de lítio verde Triple Zero e 15.000 toneladas de Triple Zero – subprodutos verdes produzidos em seu projeto Grota do Cirilo no Brasil. Esta primeira remessa foi produzida na Sigma Planta Greentech de última geração de lítio, o primeiro projeto de lítio no mundo sem barragem de rejeitos.

Com 100% de rejeitos empilhados a seco e a ausência de produtos químicos perigosos para o processamento de lítio, a companhia está evitando a contaminação da água e do solo e contribuindo para a preservação dos rios e florestas da região.

Além disso, devido ao baixo teor de carbono dos produtos da Sigma Lithium, a pegada de carbono da empresa após iniciativas de redução e implementação de métodos de produção ambientalmente sustentáveis ​​foi compensada com 59.000 toneladas de créditos de carbono adquiridos da Carbonext (que são verificados por meio da Verra Verified Carbon Padrão) , o que proporcionou que a empresa atingisse zero líquido neste ano.