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PboC corta juro de linha de empréstimo de médio prazo para 2,65%

O PBoC injetou 237 bilhões de yuans (US$ 33,08 bilhões) de liquidez por meio da linha de crédito de médio prazo de 1 ano, a uma taxa de juros de 2,65%.

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16 de junho de 2023
Vinicius Palermo
PboC corta juro de linha de empréstimo de médio prazo para 2,65%
Homem passa pelo prédio do Banco Central da China.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou na quinta-feira, 15, pelo horário local, o corte dos juros da linha de empréstimo de médio prazo (MLF) para 1 ano de 2,75% para 2,65%. Após a redução dos juros de recompra reversa de sete dias a 1,9%, na noite da segunda-feira, a decisão reforça a expectativa de que o banco leve para baixo as taxas de referência de empréstimos – conhecidas como LPRs – na semana que vem.

O PBoC injetou 237 bilhões de yuans (US$ 33,08 bilhões) de liquidez por meio da linha de crédito de médio prazo de 1 ano, a uma taxa de juros de 2,65%. Também injetou 2 bilhões de yuans por meio de seu acordo de recompra reversa de sete dias, a uma taxa de juros mantida em 1,9%.

A produção industrial da China cresceu 3,5% em maio, ante igual período do ano passado. O resultado ficou dentro da previsão de analistas consultados pelo Wall Street Journal. Já as vendas no varejo chinês avançaram 12,7% em maio, na comparação anual. Na comparação mensal, o crescimento foi de 0,42%.
Os investimentos em ativo fixo subiram 4% nos primeiros cinco meses do ano, em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Os economistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam alta de 4,4% no período entre janeiro e maio.

As vendas de moradias na China em valor tiveram expansão anual de 11,9% entre janeiro e maio. Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), o resultado mostrou leve aceleração em relação ao ganho anual de 11,8% observado nos primeiros quatro meses do ano.

Já as construções iniciadas – considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais – sofreram um tombo anual de 22,6% entre janeiro e maio, maior do que a queda de 21,2% acumulada até abril.

Os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários, por sua vez, tiveram contração anual de 7,2% nos primeiros cinco meses de 2023, aprofundando o declínio de 6,2% verificado entre janeiro e abril.

O preço médio de novas moradias nas 70 maiores cidades da China teve alta de 0,10% em maio ante abril, segundo cálculos do The Wall Street Journal baseados em dados divulgados pelo NBS. Em abril, o preço havia subido em ritmo mais forte, de 0,32%. Já na comparação anual, o preço médio de novas moradias chinesas diminuiu 0,48% em maio, após uma retração de 0,74% em abril.

Em meio a uma crise econômica histórica, com a recuperação do país após a pandemia da covid-19 em oscilação, os jovens da China estão enfrentando um desemprego recorde. Sem oportunidade de trabalho, os diplomas adquiridos parecem não ter mais propósito. Foi justamente esse contexto que impulsionou uma tendência viral entre os estudantes chineses, que agora, em suas fotos de formatura, usam o sarcasmo para criticar o mercado que os espera.

O tradicional arremesso de chapéu para cima, os sorrisos espontâneos e flores ou balões têm sido deixados de lado para serem substituídos por corpos deitados no chão, pendurados em pontes ou bancos ou em fundos sombrios, conforme noticiou o portal Radii, especializado em cultura chinesa. Algumas imagens também mostram estudantes jogando seu diploma no lixo ou os deixando sob degraus.

A China anunciou que a taxa de desemprego para os chineses entre 16 e 24 anos subiu para 20,8%, em comparação com os já alarmantes 20,4% registrados em abril, conforme informou o Escritório Nacional de Estatísticas chinês. O desemprego urbano geral manteve-se em 5,2%, segundo o órgão.

Em maio, um recorde de 11,6 milhões de universitários graduados estavam entrando no mercado de trabalho chinês, e 1 em cada 5 jovens está desempregado. O presidente chinês, Xi Jinping, chegou a dizer a eles para pararem de pensar que estão em uma posição que os impede de fazer trabalhos manuais ou se mudar para o campo. Eles devem aprender a “comer amargor”, afirmou Xi, usando uma expressão coloquial que significa suportar as dificuldades.

Dados como estes reforçam esse sentimento generalizado entre os estudantes de que a universidade, antes vista como uma porta de entrada para o mercado de trabalho, parece ter sido uma perda de tempo.