Economia

Shell anuncia dividendo maior e recompra de US$ 5 bilhões

Apesar dos lucros recordes, a ação da Shell tem mostrado desempenho inferior às de concorrentes dos EUA.

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14 de junho de 2023
Vinicius Palermo
Shell anuncia dividendo maior e recompra de US$ 5 bilhões
Ao descrever a visão de seu CEO, Wael Sawan, a Shell fez um apelo direto a Wall Street, onde ele fará uma apresentação a investidores na Bolsa de Nova York (NYSE) na quarta-feira.

A Shell anunciou na quarta-feira, 14, que irá compartilhar bilhões a mais de seus lucros recordes com os investidores e reafirmou seu compromisso com os negócios de petróleo e gás, que garantem os maiores retornos.

Ao descrever a visão de seu CEO, Wael Sawan, a Shell fez um apelo direto a Wall Street, onde ele fará uma apresentação a investidores na Bolsa de Nova York (NYSE) na quarta-feira.

Apesar dos lucros recordes, a ação da Shell tem mostrado desempenho inferior às de concorrentes dos EUA. Desde que assumiu o comando da empresa, no começo do ano, Sawan deixou claro que pretende lidar com essa discrepância.

Em comunicado, a Shell disse que lançará recompras de ações de ao menos US$ 5 bilhões no segundo semestre de 2023. A empresa também pretende reduzir gastos, manter sua produção estável e cortar investimentos em negócios menos lucrativos.

“Nós investiremos nos modelos que funcionam – aqueles com os maiores retornos que favoreçam nossos pontos fortes”, disse Swan, no comunicado.

A Shell disse também que vai ampliar a distribuição de dividendos para 30% a 40% do fluxo de caixa de operações, com um aumento efetivo de 15% no dividendo a partir deste segundo trimestre. Trata-se de uma significativa mudança em relação à política anterior, de usar de 20% a 30% do fluxo de caixa para financiar dividendos e recompras de ações.

Já os gastos de capital serão reduzidos para US$ 22 bilhões a US$ 25 bilhões em 2024 e 2025. Para 2023, a empresa planejava anteriormente gastos de US$ 23 bilhões a US$ 27 bilhões. A Shell atualizará seus investidores sobre sua estratégia para criar mais valor com menos emissões e oferecer maiores retornos aos acionistas por meio de uma transição energética equilibrada.

“Estamos investindo para fornecer a energia segura de que os clientes precisam hoje e por muito tempo, enquanto transformamos a Shell para vencer em um futuro de baixo carbono. Desempenho, disciplina e simplificação serão nossos princípios orientadores à medida que alocamos capital para melhorar as distribuições aos acionistas, ao mesmo tempo em que possibilitamos a transição energética”, disse Sawan.

A Shell vai expandir seu negócio líder de Gás Integrado e manter a liderança no mercado global de gás natural liquefeito (GNL). A empresa pretende também estender sua posição vantajosa em Upstream para alcançar a longevidade do fluxo de caixa, estabilizando a produção de líquidos até 2030.

A Sheel quer fortalecer o desempenho de seu negócio de marketing, enquanto constrói posições de liderança em combustíveis de baixo carbono e carregamento de veículos elétricos.

A empresa investirá na captura e armazenamento de hidrogênio e carbono (CCS) de maneira disciplinada para criar opções para o futuro. Vai reaproveitar sua pegada de Parques de Energia e Produtos Químicos para oferecer mais soluções de baixo carbono para seus clientes enquanto realiza uma revisão estratégica de seus ativos de Parque de Energia e Produtos Químicos em Bukom e Jurong Island em Cingapura, e aumentará ainda mais sua presença na Europa.

A empresa quer investir seletivamente em energia, concentrando-se em mercados onde suas atividades comerciais e alcance de clientes podem ajudar a gerar retornos mais altos, ao mesmo tempo em que usa o acesso a elétrons verdes para permitir o crescimento em soluções de energia de baixo carbono.

A Shell está fazendo um bom progresso em direção à sua meta de se tornar um negócio de energia com emissões líquidas zero até 2050, reduzindo as emissões de suas operações e dos combustíveis e outros produtos energéticos que vende aos clientes. A Shell continuará progredindo com o objetivo de alcançar emissões de metano quase zero até 2030 e eliminar a queima de rotina de suas operações Upstream até 2025, avançando mais rápido do que a iniciativa Zero Routine Flaring 2030 do Banco Mundial.

A empresa planeja investir de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões entre 2023 e 2025 para apoiar o desenvolvimento de soluções de energia de baixo carbono, incluindo biocombustíveis, hidrogênio, carregamento de veículos elétricos e CCS.