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Dirigente do Fed diz que opções para junho estão em aberto

A presidente do FED de Cleveland, Loretta Mester, qualificou progressos para conter o ritmo dos preços como “ainda lentos e preocupantes”.

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27 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Dirigente do Fed diz que opções para junho estão em aberto
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou na sexta-feira, 26, que “todas as opções estão sobre a mesa” para a reunião de política monetária de junho, mas também deixou claro sua cautela com a trajetória da inflação. Ela concedeu entrevista à emissora CNBC, na qual qualificou os progressos para conter o ritmo dos preços como “ainda lentos e preocupantes”.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Loretta Mester disse que não vê a economia em uma “boa posição” para manter os juros, nesse contexto, mas também complementou que pretende ver os próximos indicadores até a próxima reunião do Fed. Segundo ela, um elemento importante será o nível de aperto no crédito, após turbulências recentes em alguns bancos regionais nos EUA.

Loretta Mester considera que a política monetária mais apertada ainda está no processo de realizar seus impactos na economia. Ela prevê desaceleração neste ano nos EUA, dizendo que isso é necessário para ajustar oferta e demanda e levar a inflação à meta de 2%.

A dirigente disse que o Fed busca agora “calibrar” sua política monetária, sem apertar demais, mas tampouco sem relaxamento excessivo que não consiga conter a inflação.

Para ela, os dados publicados mais cedo, entre eles o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) com núcleo acima do esperado, sinalizam que há mais a fazer, no aperto monetário. De qualquer modo, o ciclo de aperto está mais próximo de seu fim do que do início, sem dúvida, apontou.

O PCE dos EUA avançou 0,4% em abril ante março, informou na sexta-feira, 26, o Departamento do Comércio do país. Na comparação anual, a alta foi de 4,4%, acelerando em relação ao aumento anual de 4,2% no mês anterior.

Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve crescimento de 0,4% no mês passado ante o anterior, acima da projeção de 0,3% de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal. O crescimento anual foi de 4,7% no mesmo período, acelerando em relação ao crescimento anual de 4,6% em abril e acima da projeção, também de 4,6%.

A presidente do Fed de Cleveland disse também que é “essencial” que governo e oposição cheguem a um acordo para elevar o teto da dívida. Um eventual calote do país teria consequências “bem sombrias”, advertiu, citando o impacto nos EUA e também na economia global.

A previsão da distrital do Federal Reserve de Atlanta para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do segundo trimestre, calculado pelo modelo “GDP Now”, desacelerou de 2,9% para 1,9%, em 17 de maio.

O Fed Atlanta disse, em comunicado, que reduções nas previsões das exportações líquidas reais e do crescimento do investimento interno privado bruto real para o segundo trimestre foram parcialmente compensadas por aumentos nas projeções do crescimento real dos gastos de consumo pessoal e dos gastos do governo para o período.

A autoridade, como de costume, ressalta que este modelo não é previsão oficial da distrital, mas uma estimativa baseada nos dados econômicos disponíveis para o trimestre em foco, sem ajustes subjetivos e apenas com os resultados matemáticos do modelo.