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Crise bancária

PacWest diz ter registrado saída de depósitos após o fechamento do First Republic

Em documento protocolado, o PacWest afirmou que, na semana encerrada em 5 de maio, registrou queda de 9,5% nos depósitos.

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12 de maio de 2023
Vinicius Palermo
PacWest diz ter registrado saída de depósitos após o fechamento do First Republic
Sede da Pacific West na Califórnia.

O PacWest informou, na quinta-feira, 11, que registrou um movimento de saída de depósitos nos dias seguintes ao fechamento do First Republic Bank, cujos ativos foram vendidos ao JPMorgan. Na ocasião, a notícia deflagrou uma onda de pessimismo sobre a saúde do setor, que culminou no tombo das ações de bancos regionais.

Em documento protocolado na Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana), o PacWest afirmou que, na semana encerrada em 5 de maio, registrou queda de 9,5% nos depósitos.

A maior parte do movimento ocorreu a partir de 4 de maio, após o banco com sede na Califórnia confirmar que estava “explorando alternativas estratégicas”, incluindo uma possível venda. “As manchetes das notícias aumentaram o medo de nossos clientes sobre a segurança de seus depósitos”, destaca a empresa.

A companhia acrescenta que dispõe de US$ 15 bilhões para liquidez imediata, bem acima do volume de US$ 5,2 bilhões em depósitos não segurados.

A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) anunciou na quinta-feira, 11, um plano para impor ao sistema financeiro parte dos custos associados a medidas tomadas para estabilizar as tensões recentes no setor. Pela proposta, bancos com mais de US$ 5 bilhões em depósitos não segurados ficariam sujeitos a novas taxas, com objetivo de ajudar a recuperar US$ 15,8 bilhões relacionados às intervenções no Silicon Valley Bank (SVB) e no Signature Bank, em março.

A estimativa da FDIC é de que 113 bancos americanos seriam atingidos pelas novas taxas, que seriam de 0,125% ao ano sobre os depósitos sem seguro. A maioria deles representa instituições que dispõem mais de US$ 50 bilhões em ativos, o que inclui os maiores nomes do setor, entre eles JPMorgan e Bank of America.

O número, no entanto, é uma parcela pequena dos cerca de 4,2 mil bancos sob o guarda-chuva da FDIC, que equivale a uma espécie de Fundo Garantidor de Créditos (FGC) no Brasil. Os pagamentos devem começar no segundo trimestre de 2024 e se estender por cerca de quatro anos. A proposta será submetida a consulta pública por 60 dias e poderá ser alterada antes da execução.

O Western Alliance informou, na quinta-feira, que registrou entrada de depósitos nas últimas semanas, apesar das recentes turbulências entre bancos regionais dos Estados Unidos.

Segundo a instituição com sede no Estado do Arizona, os depósitos totais somavam US$ 49,4 bilhões na última terça-feira, um crescimento de US$ 1,8 bilhão ante o final do primeiro trimestre e de US$ 600 milhões no período de sete dias.

A parcela de depósitos com a proteção de seguro frente ao total subiu de 68% em 31 de março a 79% há dois dias, de acordo com comunicado. A empresa acrescenta que dispõe de liquidez para cobrir aproximadamente o dobro dos depósitos não segurados.

“O aumento dos depósitos em meio à maior volatilidade do mercado e aos desafios dos concorrentes exemplifica a força e a resiliência do banco e de seus relacionamentos com os clientes”, ressaltou a companhia, que reiterou guidance para expansão de US$ 2 bilhões nos depósitos na comparação trimestral.