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BC da Argentina confirma aumento de 10 pontos porcentuais nos juros

o BC da Argentina elevou a taxa de juros mínima garantida e triplicou o montante tributável sobre os prazos fixos para pessoas físicas.

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28 de abril de 2023
Vinicius Palermo
BC da Argentina confirma aumento de 10 pontos porcentuais nos juros
Sede do Banco Central da Argentina, em Buenos Aires.

O Banco Central da República Argentina (BCRA) informou em comunicado na quinta-feira, 27, que elevou sua taxa básica de juros em 10 pontos porcentuais, com isso a taxa de juro nominal anual das Letras de Liquidez (Leliq) em 28 dias foi de 81% a 91%.

A nota diz também que, em simultâneo, a fim de apoiar a poupança em pesos, o BCRA elevou a taxa de juros mínima garantida e triplicou o montante tributável sobre os prazos fixos para pessoas físicas, estabelecendo o novo piso em 91% anual para a tributação em 30 dias até 30 milhões de pesos. Para os demais depósitos em prazo fixo do setor privado, a taxa mínima garantida foi estabelecida em 85,5%, acrescenta o texto.

O BC da Argentina diz que sua decisão busca gerar retornos reais positivos para os investimentos em moeda local, bem como atuar para preservar a estabilidade monetária e financeira.

“O BCRA continuará a monitorar a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado financeiro e cambial e dos agregados monetários, com vistas a calibrar sua política de taxas”, diz o comunicado.

O governo da Argentina informou em comunicado que o presidente Alberto Fernández conversou, por telefone, com seu colega do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o líder brasileiro ter relatado o diálogo, Buenos Aires disse que os líderes conversaram “sobre os avanços dos acordos comerciais firmados com o Brasil”.

Segundo a administração argentina, Lula e Fernández falaram por 45 minutos ao telefone. Eles trataram de avanços na implementação de acordos de cooperação firmados nos últimos meses, e também sobre o papel da Unasul, “organismo regional ao qual os dois países anunciaram formalmente seu retorno nas últimas semanas”, além de destacar a importância de aprofundar “os vínculos de fraternidade e o comércio bilateral”.

O Banco Central da Turquia também anunciou na quinta-feira que resolveu manter a sua taxa básica de juros pela segunda reunião consecutiva, a última antes da eleição presidencial de 14 de maio, à medida que a inflação doméstica segue muito elevada, ainda que tenha desacelerado.

O BC turco deixou seu juro básico em 8,5%, depois de mantê-lo em março, tendo cortado a taxa pela última vez em fevereiro, em 50 pontos-base, numa tentativa de sustentar a atividade econômica após violentos terremotos atingirem o sul do país.

A decisão de quinta-feira veio em linha com a expectativa de analistas consultados pela FactSet. Em comunicado, o BC turco avalia que preocupações sobre estabilidade financeira, deflagradas por recentes quebras de bancos, alimentam temores de recessão em economia desenvolvidas.

No entanto, indicadores antecedentes mostram que a atividade econômica na área afetada pelos terremotos está se recuperando em ritmo mais rápido do que o esperado, embora a atividade ainda deva ser afetada no curto prazo, acrescenta o BC.

Em março, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Turquia desacelerou pelo quinto mês consecutivo, a 50,5%. A inflação, porém, segue muito acima da meta do BC turco, de 5% no médio prazo.