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Defesa de Torres diz que psiquiatra atestou que ele não está em condições de depor

A prisão preventiva de Anderson Torres completa 100 dias na segunda-feira. Os advogados haviam pedido uma avaliação psicológica.

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24 de abril de 2023
Vinicius Palermo
Defesa de Torres diz que psiquiatra atestou que ele não está em condições de depor
A prisão de Anderson Torres foi decretada na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pediu o adiamento do depoimento previsto para segunda-feira, 24, sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições. O interrogatório estava marcado para as 14h.

Os advogados haviam pedido uma avaliação psicológica. O acompanhamento de rotina faz parte do protocolo de atendimento aos presos. De acordo com a defesa, a psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal atestou que o ex-ministro não tem condições de “comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas (ajuste medicamentoso), durante 1 semana”.

A prisão preventiva do ex-ministro completa 100 dias na segunda-feira. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na semana passada mais um pedido da defesa para colocá-lo em liberdade.

“Ocorre que, após ter ciência do indeferimento do pedido de revogação de sua prisão preventiva, o estado emocional e cognitivo do requerente, que já era periclitante, sofreu uma drástica piora”, escreveram os advogados no pedido de adiamento.

A prisão foi decretada na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Ele é o único que permanece preso. O ex-ministro fica em uma Sala de Estado Maior no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.

Pessoas próximas ao ex-ministro afirmam que ele está deprimido e ficou mais abatido após saber que não seria colocado em liberdade. Uma das principais inquietações é ficar longe da família. Ele tem três filhas menores de idade que não vê desde que foi preso.

O ex-ministro trocou a defesa recentemente. O advogado anterior, Rodrigo Roca, já havia trabalhado para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O escritório de Eumar Roberto Novacki, que já foi chefe da Casa Civil do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha (MDB), assumiu o caso. Ele tem defendido que não há mais justificativa para a prisão preventiva. Um dos argumentos é que Anderson Torres não está mais no cargo, não oferece risco às investigações, tem endereço fixo e poderia ser monitorado por tornozeleira eletrônica.