Economia

Petrobras inicia operação do navio plataforma P-71

A Petrobras informa que colocou em operação na quarta-feira, 21, o navio-plataforma P-71, instalado no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, a 200 km da costa do Rio de Janeiro. O início da produção foi antecipado, a previsão original era para 2023.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirma que a P-71, do tipo FPSO (sistema flutuante, de produção, armazenamento e transferência), tem capacidade para processar, diariamente, até 150 mil barris de petróleo e 6 milhões de m3 de gás, além de armazenar até 1,6 milhão de barris de óleo.
“Conseguimos antecipar a produção da plataforma P-71, que estava originalmente prevista para 2023. Vamos conseguir antecipar também o ramp-up”, destaca o diretor de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, João Henrique Rittershaussen.
Posicionada em profundidade de água de 2.010 metros, a P-71 será a única a produzir no campo de Itapu, operado integralmente pela Petrobras nos regimes de Cessão Onerosa e Partilha de Produção. A previsão da companhia é de que a unidade alcance sua capacidade máxima de produção em 2023.
A estatal destaca que a P-71 é a sexta e última da série de plataformas replicantes operadas pela Petrobras. Essas unidades são caracterizadas por um projeto de engenharia padronizado, alta capacidade de produção e tecnologias avançadas de operação e redução de emissões de gases de efeito estufa. Uma das tecnologias de baixo carbono da unidade é o chamado sistema de FGRU (Flare Gas Recovery Unity), que contribui para um maior aproveitamento do gás produzido e redução das emissões.

A Petrobras deu início também aos testes da tecnologia Bravo (Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore). O equipamento, capaz de medir a velocidade e direção do vento, é essencial para medições que visem à implantação de projetos de geração eólica offshore. O investimento total é de R$ 9 milhões e há previsão de que o uso desta tecnologia, inédita no país, traga uma redução de 40% do custo em relação a sua contratação no exterior. A medição por boia é uma das alternativas adotadas atualmente no mundo, às torres fixas de medição, que possuem maior custo de instalação. O projeto foi desenvolvido por meio de um termo de cooperação com a Petrobras, com recursos do programa de P&D do setor de energia elétrica da ANEEL e em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) do Rio Grande do Norte e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE) de Santa Catarina.

“A Petrobras é uma empresa experiente em projetos intensivos em conteúdo tecnológico. Estudar projetos e inovações como essa está previsto no Plano Estratégico 2023-27, recém-lançado, que explicita o aprofundamento de estudos e avaliação de oportunidades em hidrogênio, eólica offshore e captura de carbono”, afirma Rafael Chaves, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras.
Além de medir a velocidade e direção dos ventos, a Bravo é capaz de processar variáveis meteorológicas, como pressão atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa, e oceanográficas, como ondas e correntes marítimas. O projeto foi iniciado em 2021 e tem duração de dois anos.
Nos próximos sete meses, o sistema de comunicação da Bravo permitirá o acesso aos dados coletados no litoral do Rio Grande do Norte (onde ela foi instalada) à curta distância, por meio de Bluetooth e Wi-fi, ou via satélite. Eles serão enviados para um servidor em nuvem acessado pelo SENAI e Petrobras. As informações colhidas pela Bravo serão comparadas com os dados coletados por um LiDAR fixo, instalado no terminal salineiro de Areia Branca. O LiDAR é um sensor ótico que permite medir a velocidade e direção do vento, entre 10 e 200 metros de altura, gerando dados compatíveis com a altura de operação das turbinas eólicas offshore.
A boia foi lançada no mar para a testagem em ambiente relevante. Os dados de vento captados por um LiDAR fixo de referência serão comparados com os dados captados pelo LiDAR existente na boia e, após a etapa de validação, será possível determinar o grau de prontidão da tecnologia.
Ao final do projeto a Petrobras espera ter desenvolvido um equipamento para medição de recurso eólico offshore validado de acordo com os critérios de aceitação exigidos internacionalmente. Isto, além de conferir competitividade tecnológica à indústria eólica offshore brasileira, qualificará uma instituição nacional, no caso o SENAI, para a prestação de serviços de medição do recurso eólico offshore.
Quando estiver em estágio comercial, a Bravo contribuirá também para o aumento da oferta dos serviços e a redução do custo de implantação dos projetos de eólica offshore no país.  A boia tem cerca de 2,5 m de diâmetro e 3,5 m de altura e é alimentada por módulos fotovoltaicos e aerogeradores para que possa operar em regiões remotas e independentemente de fontes externas de energia.
No país, ainda não existe fornecedor com equipamento próprio validado e ainda não foi realizada nenhuma campanha de medição com uma boia nacional equipada com LiDAR. No mundo existem alguns LiDARs flutuantes em algumas regiões do Mar do Norte e países como Canadá, EUA, Taiwan, França, Reino Unido, Noruega e Portugal entre outros.
Uma das etapas necessárias para o desenvolvimento de projetos eólicos offshore é a realização de Estudo de Potencial Energético Offshore, que demanda a realização de campanha de medição. Os dados obtidos permitem definir a viabilidade da implantação de um parque eólico e, uma vez comprovado o potencial da área, o projeto de engenharia e escolha das tecnologias mais adequadas.

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21 de dezembro de 2022

Petrobras inicia operação do navio plataforma P-71