Economia
Net Zero

Vale e Green Energy Park fecham parceria para desenvolver cadeia do hidrogênio verde

Segundo a mineradora, as empresas desenvolverão estudos de viabilidade para a instalação de uma unidade de produção de hidrogênio verde no Brasil.

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01 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Vale e Green Energy Park fecham parceria para desenvolver cadeia do hidrogênio verde
Em nota, a Vale afirma que o objetivo é que essa unidade abasteça um futuro Mega Hub - complexo industrial destinado à fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono - no país.

A Vale informou na terça-feira, 1º de outubro, que fechou uma parceria com a Green Energy Park (GEP), empresa integrada de hidrogênio europeia, para oferecer soluções de descarbonização para o setor siderúrgico global. Segundo a mineradora, as empresas desenvolverão estudos de viabilidade para a instalação de uma unidade de produção de hidrogênio verde no Brasil.

Em nota, a Vale afirma que o objetivo é que essa unidade abasteça um futuro Mega Hub – complexo industrial destinado à fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono – no país.

Segundo a empresa, a iniciativa conjunta poderá criar uma plataforma aberta a parcerias internacionais nas quais empresas siderúrgicas globais poderão adquirir e produzir “hot-briquetted iron (HBI ou ferro-esponja, em português) no Brasil e acelerar o crescimento da indústria de aço de baixo carbono.

“A Vale tem buscado ativamente parceiros para viabilizar a construção de Mega Hubs no Brasil, alinhados com seu objetivo estratégico de promover a indústria de baixo carbono no país. Nesses complexos industriais, a Vale irá produzir aglomerados de minério de ferro (pelotas ou briquetes), que servirão como insumo para a produção de HBI (um produto intermediário entre o minério de ferro e o aço) com hidrogênio renovável como agente redutor. O acordo com a GEP é mais um passo importante nessa direção”, diz.

“Estamos aproveitando as vantagens competitivas do Brasil, como minério de ferro de alta qualidade e energia renovável abundante, para potencialmente desenvolver o fornecimento de hidrogênio verde, o que permitirá a oferta de um HBI ‘verde’ com alto valor agregado às siderúrgicas europeias”, destaca na nota a diretora de Energia e Descarbonização da Vale.

“A parceria com a Vale é um marco importante em nossa jornada rumo ao Net Zero. A colaboração entre nossas empresas tem como objetivo levar nossa tecnologia líder de hidrogênio verde para o núcleo dos setores de difícil abatimento, oferecendo uma plataforma competitiva para a produção de aço verde na Europa e em todo o mundo”, comenta Bart Biebuyck, CEO da GEP.

O setor de ferro e aço é responsável por aproximadamente 8% do total de emissões de carbono do mundo, principalmente devido ao uso de carvão em altos-fornos. As altas emissões de carbono do setor siderúrgico representam um grande desafio para os esforços globais de redução das emissões de gases de efeito estufa e para alcançar uma economia neutra em carbono até 2050.

Para cada tonelada de aço produzida em altos-fornos, cerca de 2 toneladas de CO2 equivalente são liberadas na atmosfera. Em contraste, na rota de redução direta, o HBI produzido com hidrogênio verde como agente redutor, quando fornecido aos fornos elétricos a arco (EAFs), reduz as emissões de carbono para aproximadamente 0,4 tonelada de CO2 equivalente por tonelada de aço produzido, levando em conta todas as emissões ao longo da cadeia de valor. Esse processo resulta, portanto, em uma redução de 80% nas emissões, possibilitando a produção do “aço verde”.

A Vale informou também que o primeiro semestre de 2024 trouxe resultados importantes para as comunidades beneficiadas pelo Programa Partilhar, que tem como objetivo apoiar e incentivar sua cadeia de fornecedores a contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua.

Nos primeiros seis meses de 2024, foram 680 ações sociais realizadas, um investimento de cerca de R$ 14 milhões. Do total, o valor destinado para iniciativas voltadas para capacitações técnicas e cursos profissionalizantes foi de cerca de R$ 3,4 milhões, aproximadamente 24% do total. Já para ações de educação, esporte e cultura foram aproximadamente R$ 2 milhões, o que representa cerca de 14% do total.

Entre os investimentos em reformas e construções de espaços e organizações sociais, o valor foi de pouco mais de R$ 2 milhões. Somente neste período, 56 fornecedores aderiram à iniciativa, cerca de 2.500 empregos foram gerados, mais de R$ 75 milhões em massa salarial e cerca de R$ 77 milhões em gasto local.

Desde o lançamento, em 2020, já foram investidos mais de 58 milhões por meio do Partilhar, seja em capacitações, programas de aprendizagem, fornecimento de insumos, entre outras ações. O programa já estimulou mais de 370 fornecedores a realizarem iniciativas sociais, que foram acordadas durante ou após os processos de contratação, a partir de contratos vigentes. Ao todo, foram mais de 31 mil empregos locais gerados, com mais de R$ 1,2 bilhão em salário e R$ 960 milhões em gasto local.

“O Partilhar continua avançando de maneira sólida e consistente. Estamos comprometidos em continuar promovendo o desenvolvimento dos territórios onde atuamos, respeitando a singularidade de cada localidade, através da escuta ativa da sociedade e do estreitamento das relações com nossos parceiros. Esperamos assim continuar transformando positivamente as vidas das pessoas, contribuindo para o progresso social das regiões onde atuamos”, afirma Marco Braga, diretor de Suprimentos da Vale.