Economia
Salário maior

Taxa de desemprego fica em 6,2% no trimestre até dezembro

O País totalizou 103,818 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em dezembro. Houve uma abertura de 789 mil vagas

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31 de janeiro de 2025
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego fica em 6,2% no trimestre até dezembro
O nível da ocupação - porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar - passou de 58,4% no trimestre encerrado em setembro para 58,7% no trimestre até dezembro. Crédito: Marcelo Camargo / abr

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em dezembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em igual período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,4%. No trimestre encerrado em novembro de 2024, a taxa de desocupação estava em 6,1%.

O País totalizou 103,818 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em dezembro. Houve uma abertura de 789 mil vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,833 milhões de pessoas.

Já a população desocupada diminuiu em 178 mil pessoas em um trimestre, totalizando 6,823 milhões de desempregados no trimestre até dezembro. Em um ano, 1,259 milhão de pessoas deixaram o desemprego no País.

A população inativa somou 66,170 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro, 246 mil inativos a menos que no trimestre anterior. Em um ano, houve diminuição de 116 mil pessoas na inatividade.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – passou de 58,4% no trimestre encerrado em setembro para 58,7% no trimestre até dezembro. No trimestre terminado em dezembro de 2023, o nível da ocupação era de 57,6%.

Seis das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em dezembro. Na passagem do trimestre terminado em setembro para o trimestre encerrado em dezembro, houve geração de postos de trabalho em transporte (283 mil), indústria (83 mil), comércio (110 mil), construção (333 mil), alojamento e alimentação (214 mil) e serviços domésticos (38 mil).

Houve redução na ocupação na agricultura (-196 mil trabalhadores), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (-40 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-6 mil) e outros serviços (-35 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações no comércio (543 mil), indústria (413 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (690 mil trabalhadores a mais), construção (414 mil pessoas), outros serviços (103 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (461 mil), transporte (296 mil), alojamento e alimentação (230 mil). A agricultura dispensou 186 mil pessoas e serviços domésticos, 109 mil.

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,301 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 339,451 bilhões, uma alta de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 ante o trimestre terminado em dezembro de 2023.

Na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2024, a massa de renda real subiu 2,3% no trimestre terminado em dezembro, R$ 7,494 bilhões a mais.

A massa salarial segue renovando recordes graças ao crescimento do número de ocupados acompanhado pela alta dos rendimentos, apontou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,4% na comparação com o trimestre até setembro, R$ 47 a mais, para R$ 3.315. Em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,3%, R$ 137 a mais.

Beringuy ressalta que o patamar atual da renda está em nível equiparável ao pico da série, em termos de valor, alcançado em 2020, quando estava em R$ 3.321. Porém, a composição do mercado de trabalho atualmente é bem mais favorável, lembra ela.

Durante a pandemia, a renda média subiu em função da perda de ocupação de trabalhadores informais e de renda mais baixa. Atualmente, a renda sobe devido a uma soma de fatores, entre eles o avanço na ocupação com carteira assinada e no setor público, mas também via valorização do rendimento dos informais, em meio a uma maior demanda por mão-de-obra.

“Ao longo do ano de 2023 e 2024, na composição da população ocupada, você vem agregando trabalhadores com carteira, que sim, são trabalhadores de rendimento relativamente maior do que a média dos informais. Você teve também um processo de recuperação do rendimento dos trabalhadores do setor público, pelo menos os da esfera federal. Por outro lado, teve crescimento de atividades informais que contribuíram bastante para a expansão do rendimento. Embora sejam trabalhadores informais, como é o caso, por exemplo, da construção. Ou seja, houve essa demanda maior pelo trabalhador da construção, de transporte, de armazenagem, alguns segmentos da indústria manufatureira, elevando esse rendimento dos trabalhadores”, enumerou Beringuy, lembrando que houve contribuição também de um reajuste maior do salário mínimo.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,7% no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro. Já na comparação com o trimestre terminado em dezembro de 2023, houve elevação de 9,3% na renda média nominal.

O País registrou contingente recorde de trabalhadores ocupados com carteira assinada no setor privado no trimestre terminado em dezembro. O trimestre encerrado em dezembro mostrou uma abertura de 274 mil vagas com carteira assinada no setor privado. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, 1,264 milhão de vagas com carteira foram criadas no setor privado.

O total de pessoas com carteira assinada no setor privado subiu a 39,237 milhões de trabalhadores no trimestre até dezembro, um recorde na série histórica iniciada em 2012. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 14,209 milhões de pessoas. O resultado significa 128 mil vagas a menos nessa condição do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até dezembro de 2023, foram criadas 682 mil vagas sem carteira no setor privado.

O trabalho por conta própria aumentou em 633 mil pessoas em um trimestre, para um total de 26,026 milhões de trabalhadores. O resultado representa 411 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O número de empregadores aumentou em 48 mil em um trimestre, para 4,346 milhões de pessoas. Em relação a dezembro de 2023, o total de empregadores teve um aumento de 125 mil pessoas.
O País teve uma alta de 36 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,932 milhões de pessoas. O resultado representa recuo de 105 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior.

O setor público teve 34 mil pessoas a menos no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro, para um total de 12,751 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até dezembro de 2023, foram abertas 549 mil vagas no setor público.