O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou ser importante lançar “logo” o pacote fiscal para ancorar as expectativas em relação aos planos econômicos do Brasil. A previsão é de que o corte de gastos seja anunciado nos próximos dias, mas algumas reuniões precisam ser feitas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar detalhes sobre de onde pode sair a redução das despesas.
“O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que, depois do G20, vai fazer esse arredondamento final sobre o pacote de gastos. Hoje (quinta) pela manhã li na imprensa que o próprio ministro Haddad disse que o texto está muito próximo de pronto, mas vai discutir nesta quinta, nessa sexta, talvez no final de semana, mas está bem pertinho de fazer o anúncio”, afirmou.
A declaração aconteceu após ter participado de cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias. “É importante fazer logo o anúncio para ancorar expectativas e apontar para um segundo biênio de mais crescimento, de mais geração de emprego, que é isso que o presidente Lula está perseguindo e que vai nos levar ao grau de investimento”, acrescentou.
No evento da manhã desta quinta, Renan Filho disse que o chefe do Executivo “ainda tem essa semana para resolver” a agenda fiscal. “Eu queria falar em meu nome e dizer que o Ministério dos Transportes apoia integralmente a agenda econômica do Brasil”, comentou.
Apesar da grande expectativa pelo pacote de corte de gastos, que muitos acreditavam ser possível ainda para os próximos dias, o anúncio pode ficar para a semana que vem.
O lançamento era esperado inicialmente para ser feito logo após as eleições municipais. Depois, a expectativa passou para dias antes do início do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorreu no Rio. Agora, está para os próximos dias, já que havia rumores de que a decisão do presidente poderia vir a público logo após o evento internacional. Mesmo assim, tudo depende do ritmo de Lula.
O ministro dos Transportes afirmou ainda que o MDB está costurando um acordo para “cuidar” da agenda econômica do Brasil para o segundo biênio do atual governo no Congresso Nacional, seja na Câmara dos Deputados ou no Senado. O ministro afirmou que tanto a Pasta como a legenda apoiam “integralmente” a agenda fiscal conduzida pela gestão petista.
O ministro disse que conversou com o presidente do MDB – partido ao qual é filiado -, Baleia Rossi, além dos líderes do partido na Câmara e no Senado, para tratar sobre a agenda fiscal. “Talvez caiba ao MDB, em uma das duas Casas, cuidar da agenda econômica do País para o segundo biênio do governo”, comentou. Segundo o ministro, “está sendo costurado esse entendimento”. Em seguida, acrescentou: “Depois converso com o senhor Lula um pouquinho sobre isso”.
E finalizou: “O partido apoia integralmente a decisão que o senhor vai tomar para que a gente possa garantir dólar a uma cotação melhor, juro caindo, para que essa agenda possa atrair cada vez mais investimento para o País.”