Economia
Combustível

Pré-Sal Petróleo arrecada R$ 10,32 bilhões em 2024

Segundo a A Pré-Sal Petróleo (PPSA), o valor é cerca de 71% maior do que o arrecadado em 2023 (R$ 6,02 bilhões)

Compartilhe:
11 de janeiro de 2025
Vinicius Palermo
Pré-Sal Petróleo arrecada R$ 10,32 bilhões em 2024
No ano de 2024, foram embarcadas 56 cargas de petróleo da União, totalizando 27,39 milhões de barris. Crédito: André Ribeiro / Agência Petrobras

A Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, arrecadou R$ 10,32 bilhões em 2024 com a comercialização das parcelas de petróleo e gás natural da União em cinco contratos de partilha de produção e no acordo de individualização de produção do Campo de Tupi. Segundo a companhia, o valor é cerca de 71% maior do que o arrecadado em 2023 (R$ 6,02 bilhões) e reflete o aumento da produção nos contratos, além do sucesso obtido nos processos competitivos para a comercialização das parcelas de petróleo e gás da União realizados pela PPSA desde 2021. Todos os recursos arrecadados são direcionados ao Tesouro Nacional.

No ano de 2024, foram embarcadas 56 cargas de petróleo da União, totalizando 27,39 milhões de barris, sendo 43 cargas do campo de Mero, seis de Búzios, três de Sépia, duas do Entorno de Sapinhoá, uma de Tupi e uma de Atapu. À exceção das cargas de Sépia e Atapu, que foram comercializadas por meio de processos de venda direta, as demais são referentes a contratos de longo prazo, frutos de leilão realizado pela PPSA na bolsa B3 em 2021, que teve como vencedora a Petrobras. Em 2024, foi também comercializado, para a Petrobras, um volume total de 53,8 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Em dezembro de 2024, a empresa também alcançou um novo recorde, arrecadando R$ 2 bilhões para União com a comercialização. Até então, o recorde era o resultado obtido em agosto de 2024, com R$ 1,4 bilhão.

Segundo o diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, este resultado representa o início de uma nova curva de desempenho da empresa, que terá arrecadações crescentes nos próximos anos. “Em 2030, quando os nove contratos de partilha comerciais que temos hoje alcançarem o pico de produção, a parcela da União será de 543 mil barris por dia, com arrecadação estimada de R$ 69 bilhões. Até 2034, as projeções indicam uma arrecadação acumulada de R$ 506 bilhões para a União”, disse.

Mercado

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta de mais de 3% nesta sexta-feira, 10, em meio a sinais de demanda mais forte durante o inverno do Hemisfério Norte e de potenciais novas restrições por parte dos Estados Unidos à Rússia.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro fechou em alta de 3,58% (US$ 2,65), a US$ 76,57 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 3,69% (US$ 2,84), a US$ 79,76 o barril. Na terceira semana consecutiva de ganhos, o WTI e Brent tiveram alta de 3,52% e 4,4%, respectivamente.

O Brent chegou a atingir, nesta sexta-feira, US$ 80 o barril pela primeira vez desde outubro do ano passado, com o governo de Joe Biden apertando o cerco ao setor petrolífero da Rússia. Novas sanções provavelmente intensificarão a desaceleração das exportações russas de petróleo bruto, elevando os preços.

Além disso, as possíveis novas restrições devem interromper os suprimentos da commodity para a Índia, levando os refinadores indianos a buscar fontes alternativas de petróleo no Oriente Médio e nos EUA, segundo a Bloomberg.

Todavia, novas previsões e uma grande quantidade de dados econômicos da China provavelmente voltarão a concentrar a atenção nas perspectivas de demanda do mercado de petróleo, dizem os analistas do Commerzbank Research. “Como elas não são particularmente animadoras, é provável que a recuperação dos preços no mercado de petróleo seja interrompida”, acrescentam.

Na mesma linha, a Capital Economics espera que, em meio aos persistentes ventos contrários ao crescimento do PIB da China e à perspectiva de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumente a oferta a partir de abril, o Brent caia para US$ 70,00 no final de 2025.