A Polícia Civil de São Paulo prendeu na segunda-feira, 26, um homem de 44 anos por causar incêndio em vegetação na zona sul de São José do Rio Preto, na sexta-feira, 23. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do, ele é o quinto suspeito detido em menos de uma semana por ocorrências semelhantes. A reportagem não localizou as defesas dos suspeitos.
Conforme a investigação, o indivíduo, que estava em uma motocicleta, foi flagrado por câmera de segurança ateando fogo em uma área de mata. Após investigações, ele foi identificado e preso.
Ainda na segunda-feira, a Polícia Militar prendeu mais um suspeito de atear fogo intencionalmente no interior de São Paulo. A divulgação foi feita no mesmo dia.
O detido, de 27 anos, foi flagrado provocando incêndio criminoso no bairro Jardim Aurora, em Batatais, região de Franca. A PM havia recebido denúncia de que ele estaria ateando fogo em pastagem anexa à uma Área de Preservação Permanente (APP).
Após queimar uma área de pasto, o fogo se espalhou e atingiu a cerca e o quintal de uma casa. O Corpo de Bombeiros e uma equipe da prefeitura conseguiram conter as chamas e ninguém ficou ferido, segundo a pasta.
O suspeito foi detido e encaminhado para a delegacia de Batatais. Com ele, foram encontradas serras, alicate, isqueiro e uma caixa de fósforos.
É o segundo preso em Batatais pelo mesmo motivo em dois dias. O outro detido, de 42 anos, diz fazer parte de uma facção. Ele foi flagrado colocando fogo em uma área de mata na cidade e detido pela PM no domingo, 25. Os agentes foram acionados por moradores.
Segundo a SSP, o homem chegou a gravar um vídeo comemorando o gesto de provocar a queimada. Com passagens por roubo, furto, homicídio e posse de droga, ele foi indiciado por causar incêndio.
“Um dos presos se identificou como integrante da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital)”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à rádio CBN. “Inclusive, teria feito um vídeo dizendo que cometeria um incêndio em nome da facção criminosa. É algo prematuro ainda, uma primeira informação. Isso vai ser aprofundado agora no inquérito da Polícia Civil”, afirmou.
O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas no interior de São Paulo. O Ministério do Meio Ambiente vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual afirma não ver sinais de ação organizada.
As autoridades federais e estaduais dizem que a temporada seca e os ventos fortes aumentam o risco de fogo. O Ibama, por sua vez, aponta que o início dos focos de forma quase simultânea, na sexta-feira, é um indício de ação orquestrada.
Já a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que não há até agora elementos que conectem as ocorrências e acredita que o espalhamento rápido se deve às condições climáticas adversas.
No sábado, 24, um idoso de 76 anos foi preso após atear fogo em lixo, em área de mata no bairro Jardim Maracanã, em São José do Rio Preto. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.
Ela relatou que conseguiu conter as chamas com um balde de água, e que ainda foi alvo de xingamentos por parte do idoso. Questionado, o suspeito confessou a prática e disse que tem o costume de queimar o lixo no mesmo local. Segundo a SSP, ele foi levado ao plantão da Delegacia Seccional da cidade, onde foi ouvido e depois liberado. “O caso foi registrado como injúria e crime ambiental”.
A pasta informou ainda que houve outra prisão no último dia 21. Na ocasião, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, região de Barretos.
Além dessas prisões, a Polícia Militar Ambiental aplicou mais de R$ 15 mil em multas para dois homens, em Porto Ferreira, também no domingo. Contra a dupla, há registros de infrações ambientais, como queima de lenhas em Área de Preservação Ambiental. Um deles é proprietário de um sítio.
O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, bloqueando estradas, interrompendo operações em aeroportos e provocando mortes.
Após um fim de semana de transtornos, a Defesa Civil do Estado afirmou na segunda-feira que não há mais registro de focos ativos de incêndios, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas. A Polícia Federal também instaurou novo inquérito para investigar os casos.